Plenário do Legislativo rosariense ficou lotado para audiência pública a fim de questionar métodos da Corsan em Rosário do Sul (fotos Marcelo Ribeiro/portal Caderno7)
Rosário do Sul — Na noite de quinta-feira, 31 de outubro, o Plenário Amaro Souto, na Câmara de Vereadores de Rosário do Sul, ficou lotado com a presença de moradores que buscavam esclarecimentos em audiência pública sobre problemas no fornecimento de água, cobranças de taxas e regularização de poços artesianos pela Corsan, agora sob gestão da Aegea. Convocada pelo vereador Atheros Cides (PT), a audiência contou com a presença de diversas autoridades, porém, sem representantes da Corsan/Aegea, que, dias antes, reuniram-se com o prefeito Vilmar Oliveira e apresentaram suas alegações. O evento foi acompanhado por um grande público, incluindo moradores que se concentraram na Praça Borges de Medeiros, onde a transmissão foi exibida em telão.
Várias pessoas da comunidade e autoridades compareceram para trazer suas posições, questionamentos e sugestões |
Comunidade rosariense também acompanhou do lado de fora, na Praça Borges de Medeiros |
Representantes da Corsan não compareceram ao evento, restando a comunidade rosariense fazer suas sugestões e definições, além de protestos contra a empresa |
Durante a audiência, foi abordada a situação dos contratos e das tarifas de água. De acordo com o jornal Gazeta de Rosário, a concessão do serviço até 2062 foi realizada pelo prefeito em novembro de 2023, sem aprovação da Câmara Municipal, e resultou em um repasse de R$ 5 milhões ao município. A comunidade demonstrou insatisfação com as multas aplicadas nas contas de água, especialmente as relacionadas à regularização de poços artesianos, além de questionar a qualidade dos serviços prestados pela Corsan, como a qualidade da água e as sucessivas falhas de abastecimento.
A audiência resultou na criação de uma comissão formada por representantes do setor jurídico, do legislativo municipal e membros da comunidade. Esta comissão pretende adotar medidas para revisar as multas aplicadas, substituindo-as por advertências, e solicitar prazos para regularização, em virtude da falta de profissionais e do aumento dos valores cobrados. A comissão também planeja investigar possíveis irregularidades nas notificações de poços e propor melhorias na qualidade dos serviços oferecidos pela Corsan. Entre suas ações, estão previstas visitas técnicas aos pontos de captação e tratamento de água e a elaboração de um relatório que será encaminhado a deputados estaduais para obtenção de apoio.
Em nota à Gazeta de Rosário, a Corsan negou ser responsável pela aplicação das multas, atribuindo a ação ao Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), afirmando que sua função se limita à entrega da documentação pertinente. A empresa alegou que as autuações ocorrem apenas quando há mistura de água de poços ou reservatórios com a rede tratada pela Corsan. Em relação ao abastecimento, a Corsan justificou as falhas pelo entupimento na captação do rio Ibicuí, falta de energia nos reservatórios e ausência de sulfato de alumínio no tratamento, fatores que teriam comprometido o fornecimento de água na cidade.