Após audiência realizada na última semana em São Gabriel, defesas de réus tentaram liberação dos policiais, o que foi negado pela Justiça local (foto Marcelo Ribeiro/arquivo C7) |
A Justiça de São Gabriel decidiu nesta sexta-feira (16) manter a prisão preventiva dos três policiais da Brigada Militar acusados pela morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em agosto de 2022. Os pedidos de revogação das prisões foram negados após as defesas dos soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima, e do sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, terem sido ouvidas na última terça-feira (13).
Os três policiais respondem por homicídio triplamente qualificado, com agravantes de motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Detidos no Presídio Policial Militar, eles negam envolvimento no crime.
Gabriel Cavalheiro foi encontrado morto em um açude, uma semana após desaparecer. Ele havia sido visto pela última vez entrando em uma viatura policial junto com os três acusados.
A decisão de manter as prisões foi proferida pelo juiz Ham Martins Regis, da Vara Criminal de São Gabriel. Segundo o magistrado, não houve alterações nos motivos que justificaram a prisão preventiva, como a gravidade do caso e a necessidade de garantir a ordem pública, além de evitar que os réus interfiram nas investigações.
O caso ainda pode ser levado ao Tribunal do Júri, responsável por julgar crimes dolosos contra a vida, e o processo segue em segredo de Justiça.
DEFESAS DOS ACUSADOS
A defesa do sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, representada pelo advogado Maurício Adami Custódio, informou que aguarda a análise de um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. Custódio reafirma a inocência de seu cliente, alegando que as provas são suficientes para provar que Jacobsen não cometeu o crime.
O advogado Jean Severo, que representa os soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima, também defendeu a inocência de seus clientes. Se o caso for levado a júri, a defesa planeja recorrer para que o julgamento ocorra ainda este ano.
RELEMBRE O CASO
Gabriel Marques Cavalheiro, natural de Guaíba, havia se mudado para São Gabriel 15 dias antes de ser abordado pelos policiais na madrugada de 13 de agosto de 2022, no bairro Independência. Após ser colocado na viatura, ele desapareceu, sendo encontrado morto uma semana depois, em um açude a dois quilômetros do local da abordagem.
No registro policial, os policiais afirmaram ter revistado e liberado Gabriel. Durante o inquérito, admitiram ter levado o jovem para a localidade do Lava Pé, alegando que ele pediu para ser deixado no local.
DECISÕES DA JUSTIÇA MILITAR
Na esfera da Justiça Militar, os três policiais foram absolvidos da acusação de ocultação de cadáver. No entanto, um deles foi condenado a um ano de reclusão por falsidade ideológica. Um desligamento dos policiais da corporação poderá ocorrer somente após a decisão da Justiça civil.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 18/08/2024 14h04
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