Açude em que corpo de Gabriel foi encontrado pode ser um dos locais utilizados na reconstituição, marcada para a próxima segunda-feira, 21 de novembro (foto Marcelo Ribeiro/portal Caderno7) |
Foi remarcada nesta quarta-feira (16) a nova data para a reconstituição da morte de Gabriel Marques Cavalheiro, em São Gabriel. O trabalho que será realizado pelo Instituto-Geral de Perícia (IGP) ocorrerá na próxima segunda, 21 de novembro. Conforme o IGP, o trabalho será realizado por duas peritas criminais e um fotógrafo criminalístico e ocorrerá em duas etapas. Inicialmente, serão ouvidos na Delegacia de Polícia Civil de São Gabriel as testemunhas e os policiais militares. Os depoimentos ocorrerão individualmente.
Após, a equipe e os envolvidos se dirigem aos locais que deverão ser citados durante as oitivas, onde se irá demonstrar como se deram os fatos previamente narrados. Por conta disso, o órgão não divulga uma previsão de duração da reconstituição.
Ainda segundo o IGP, a perícia deverá iniciar no período da tarde, mas, não foi divulgado um horário específico. Depois do trabalho no local, os peritos irão produzir o laudo pericial. Os trabalhos eram previstos inicialmente para ocorrer em 8 de novembro, mas por determinação da Justiça de São Gabriel, o mesmo foi adiado porque nem todos os réus teriam sido comunicados.
RELEMBRE O CASO
Na noite de 12 de agosto, Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, tinha se perdido da casa de seu tio no Bairro Independência, onde estava residindo para realizar exames de admissão ao Exército na semana seguinte. Próximo da meia-noite, ele chegou na casa de uma vizinha na rua Sete de Setembro, que acionou a Brigada Militar porque segundo ela, ele queria forçar a entrada no local.
Os policiais militares chegaram ao local, algemaram e teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura da BM. Testemunhas afirmaram que ele foi atingido por "pelo menos dois ou três golpes de cassetete" e foi a última vez que ele foi visto com vida.
O tio dele deu falta no dia seguinte e informou a família, que iniciou as buscas e ao chegar junto à Brigada Militar, a corporação negou inicialmente e depois, corrigiram a informação, onde afirmaram que o jovem foi levado até o Lavapé, a 2 km de onde ele foi abordado, "a pedido dele".
As buscas foram feitas na região durante cinco dias e concentradas em um açude, até que no final da tarde de 19 de agosto, o corpo foi localizado submerso nas águas. Os três policiais foram imediatamente presos, após comoção popular e continuam detidos no Presídio Militar de Porto Alegre.
Os três policiais prestaram depoimentos em três ocasiões, sendo duas vezes para a BM e uma para a Polícia Civil. Em todas, eles negaram envolvimento no assassinato de Gabriel. Os laudos apontaram que Gabriel morreu vítima de hemorragia interna, causado por ação de "instrumento contundente" e os policiais foram indiciados no inquérito militar por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, a Polícia Civil indiciou os suspeitos por homicídio doloso triplamente qualificado.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 16/11/2022 21h59
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