Nascido em Cacequi, Glênio Fagundes teve importante colaboração na cultura gaúcha; ele morreu em casa, aos 88 anos, nesta quinta-feira (foto arquivo pessoal) |
Morreu no começo da tarde desta quinta (25), o músico, poeta, compositor e comunicador Glênio Fagundes, aos 88 anos. A família informou que ele morreu de causas naturais em casa, enquanto dormia. A informação foi dada pelo apresentador e tradicionalista Paulo de Freitas Mendonça ao colega Cauê Nascimento, que nos repassou a notícia. Ele foi apresentador, por quase três décadas, do programa "Galpão Nativo", da TVE.
Nascido em Cacequi em 27 de abril de 1934, era estudioso da cultura guaranítica, pesquisador da cultura pampeana, escritor, arranjador, desenhista, pintor e o primeiro a fazer bombos legueros no Estado do Rio Grande do Sul. Estudou harmonia no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e foi diplomado em Guitarra Clássica. Em 1958, juntamente com seu irmão Paulo Portela Fagundes, criou o conjunto “Os Teatinos”, que tinha como integrantes os irmãos Glênio e Paulo Fagundes, além de Jayme Caetano Braun, Marco Aurélio Campos e José Cláudio Machado. Os Teatinos gravaram os LPs “Telurismo I e II”.
Glênio criou um estilo de milonga pampeana, sendo muito solicitado para acompanhar pajadores, declamadores, nomes nacionais e internacionais. Como profissional de comunicação, atuou como produtor e apresentador nas rádios Guaíba, Farroupilha, Gaúcha e FM Cultura, da Fundação Cultural Piratini. Apresentou por 28 anos o programa "Galpão Nativo", que vai ao ar aos domingos trazendo nomes da música e cultura gaúcha.
Também atuava como palestrante e jurado em festivais de música e poesia. Foi autor do livro “Cevando o Mate”, obra de referência sobre o chimarrão. Era integrante Estância da Poesia Crioula. Foi indicado Pelo Governo do Estado para representar o Rio Grande do Sul no Encontro Mundial de “Mestres da Cultura”, sendo consagrado a partir de então como legítimo representante da Cultura Pampeana e “Mestre da Cultura Terrunha”.
Em 2009, recebeu a Medalha Mérito Farroupilha, honraria concedida pela Assembleia Legislativa à pessoas importantes para o Estado. Eximio contador de histórias, causos e estórias, Glênio Fagundes também era um criador de frases, as quais ele utilizava frequentemente nos espaços que ocupava na mídia e também nas prosas ao pé do fogo aconselhando algum amigo. "Quem mata a sede é a água e não o copo", era uma de suas preferidas.
Na longevidade de seus 88 anos, aposentado, Glênio Fagundes vivia ao lado de sua esposa Maria Francisca, com quem gerou seis filhos: Nicácio, Cassiana, Osíris, Terêncio, Horácio, Juvêncio, além dos netos. Deixa uma legião de admiradores e amigos. Glênio será sepultado nesta sexta em Porto Alegre, onde residia.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 26/08/2022 09h18
Contato da Redação: (55) 996045197 / 991914564
E-mail: blogcadernosete@gmail.com
jornalismo@caderno7.com