Após sete dias de angústia e pouco menos de 24 horas após ser encontrado sem vida, os familiares de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, realizaram uma despedida digna ao jovem na manhã deste domingo, 21 de agosto, em São Gabriel. Cavalarianos puxaram o cortejo de despedida do jovem que tinha o sonho de prestar carreira militar, cuja vida foi interrompida em um crime que ainda carece de esclarecimentos.
Movimentação de amigos e familiares foi grande na hora da partida do cortejo rumo ao Cemitério da Santa Casa |
Cavalarianos homenagearam Gabriel, que tinha paixão por cavalos; um cavalo foi levado com pilchas e um chapéu de cavalaria |
O corpo do jovem chegou por volta das 14h30 de sábado, enquanto era realizado uma caminhada em protesto para pedir justiça por Gabriel, saída da Brigada Militar e com destino na Delegacia de Polícia. Ele foi velado durante toda a noite na Funerária São José e no começo da manhã de domingo, por volta das 8h30, foi transladado para o Cemitério da Santa Casa de São Gabriel. Amigos e familiares de Guaíba vieram em micro-ônibus para se despedir.
O cortejo foi liderado por cavalarianos, simbolizando a paixão que ele tinha por cavalos - um deles foi levado somente com os arreios e apetrechos para montaria, onde antes de partir, os familiares tocaram no cavalo, se despedindo aos prantos. Um grande público acompanhou o cortejo e a entrada no Cemitério para o sepultamento, após às 9h. Na hora da colocação do caixão na galeria, palmas e gritos de "justiça". A mãe veio pedindo desde que o corpo foi encontrado, que os policiais envolvidos "digam a verdade" e que vão lutar até o final para que a justiça seja feita.
Pedidos de justiça foram constantes no momento da despedida |
Corpo do jovem chegou na metade da tarde de sábado, após perícia em Santa Maria e foi sepultado na manhã de domingo |
Cortejo saiu por volta das 8h30 da Funerária São José, onde foi velado e no Cemitério, jovem foi sepultado sob palmas e manifestações de justiça por parte dos familiares |
Gabriel desapareceu após ser abordado por uma guarnição de três policiais militares, após a proprietária de uma residência acionar a polícia porque o jovem teria tentado entrar no local, dizendo que estava perdido, na noite de sexta, 12 de agosto, no Bairro Independência. Depois, disse que viu os PMs agredir o jovem, que foi algemado e colocado dentro da viatura, onde ela fotografou e filmou o que ocorria.
Após isso, ele desapareceu. Os policiais sustentam a versão de que ele teria sido deixado nas proximidades do açude no Lavapé "para encontrar familiares". O GPS da viatura registrou a parada do veículo em que estavam os policiais por 1min50seg, além de câmeras de monitoramento registrarem a passagem do veículo no local.
O corpo de Gabriel foi encontrado no açude na sexta-feira, 19 de agosto, após cinco dias de buscas na região, por volta das 16h40. Após isso, os três policiais militares, cujas identidades não são divulgadas por causa da Lei de Abuso de Autoridade, foram presos à pedido da Brigada Militar e neste sábado (20) na Justiça Militar Estadual situada em Santa Maria, tiveram audiência de custódia que decidiu pela manutenção de sua prisão preventiva.
Eles foram transferidos para prisão militar em Porto Alegre, onde ficarão por tempo indeterminado enquanto prosseguem as investigações. O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) que apontará a causa da morte de Gabriel deve ficar pronto em 30 dias.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 21/08/2022 18h48
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