Os três policiais militares que estão presos preventivamente em Porto Alegre, investigados pela morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, ocorrida na noite de 12 de agosto, tiveram pedido de habeas corpus impetrado pelas defesas negado pela Justiça Militar nesta segunda-feira (22). O desembargador militar Fernando Lemos negou os pedidos das defesas dos policiais para que recorressem em liberdade.
Mais um detalhe da atuação dos policiais foi revelado nesta segunda-feira. Segundo o comandante-geral da Brigada Militar, Coronel Claudio dos Santos Feoli, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (22), os policiais já responderam inquéritos internos no passado.
"Eles já responderam inquéritos e isso tudo está sendo analisado agora, na realização do Inquérito Policial Militar, e pode ser circunstância de majorante ou minorante do que vai ser mais adiante determinado. Existe uma passagem por abuso de autoridade e o restante são questões da caserna", afirmou o Coronel Feoli.
O comandante-geral da BM também disse que, já em um primeiro momento, antes mesmo da confirmação da morte de Gabriel, havia provas concretas para enquadrar os policiais no crime de fraude processual, o que já motivou o afastamento das atividades, o pedido de prisão preventiva e a apreensão dos celulares deles. O Coronel afirmou que mais ações serão realizadas para esclarecer os fatos, que é do interesse da Brigada.
RELEMBRE O CASO
Na noite de 12 de agosto, Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu após abordagem da Brigada Militar no Bairro Independência, após os policiais serem acionados por uma moradora que alegou que Gabriel surgiu alterado no portão de sua casa, dizendo estar perdido. Ela registrou em fotos e vídeos o jovem ter sido levado e algemado, além de ter dito que o mesmo tinha sido agredido.
O corpo do jovem foi localizado na sexta-feira, 19 de agosto, em um açude na região do Lavapé, a 2 quilômetros de onde ele foi abordado. No mesmo dia, os policiais foram presos preventivamente. Eles admitem que levaram Gabriel ao local, mas a pedido dele, o que é considerado contraditório dentro das várias contradições no caso. O jovem foi sepultado na manhã de domingo, 21 de agosto, sob forte comoção, homenagens e gritos de "justiça".
Além do pedido de prisão preventiva por parte da Brigada Militar, a Polícia Civil anunciou que vai encaminhar solicitação à Justiça do mesmo tipo de prisão dos policiais militares.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 22/08/2022 17h46
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