Polícia Federal executou doze mandados de busca e apreensão na Prefeitura de São Gabriel e demais locais na Operação Varroa, para investigar fraudes e irregularidades (foto Imprensa PF) |
Na manhã de quarta-feira (10), a Polícia Federal executou a Operação Varroa, onde doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Prefeitura de São Gabriel por agentes da Delegacia de Santana do Livramento. A 2ª Vara da Justiça Federal também determinou afastamento de servidores municipais e suspensão de repasses de verbas públicas.
Além de agentes municipais, um empresário do ramo da produção de mel é investigado. De acordo com a PF, em troca de vantagens, o empresário pagava propina a servidores públicos. Além de dinheiro, o favorecimento seria comprado por meio do custeio de festas, entrega de produtos e doações para campanhas eleitorais. A investigação teria obtido provas de conversas explícitas dos investigados sobre o pagamento de propina. As investigações seguiram as ações da Operação Iratim II, realizada em maio.
Entre os benefícios ao empresário estariam o repasse de veículos e maquinários adquiridos pelo município com recursos federais. Além disso, verbas de dois convênios do município com o Ministério do Desenvolvimento Regional seriam direcionadas a esse mesmo empreendedor, totalizando cerca de R$ 1,1 milhão. Com a operação, houve a determinação da suspensão dos pagamentos desse contrato.
A Polícia Federal, por meio de sua comunicação social. chegou a informar que o ex-prefeito Rossano Gonçalves, que deixou o cargo para concorrer à deputado federal, não seria o alvo, nem o atual prefeito Lucas Menezes. Porém, a reportagem do portal GZH, do Grupo RBS, informou que o nome de Rossano estaria entre os investigados, o que gerou contestações.
Em nota, a prefeitura de São Gabriel afirmou que colabora com as investigações e reforçou compromisso com a transparência. Além disso, informou que as atividades e serviços do Executivo funcionam normalmente, sem qualquer interrupção na quarta-feira.
O ex-prefeito se manifestou nas redes sociais no mesmo dia. Em nota, ele informou que está se informando mais sobre a investigação, mas que nada envolve seu nome em qualquer ilegalidade. "Eventuais ilações serão desmentidas, simplesmente porque não fiz nada de ilícito. Mas, havendo suspeita em relação a contratos da prefeitura, que envolvem muitos atores, todos precisamos colaborar com a investigação – justamente na linha do que determinou o prefeito Lucas Menezes".
Rossano salientou que pediu a familiares que abrissem sua casa, para que os policiais pudessem averiguar, onde alguns bens e rendimentos familiares foram apreendidos. "Confesso que é ultrajante quando a casa da gente é devassada. E vejo alguns adversários já comemorando por isso. Mas isso faz parte do caráter e das escolhas de cada um. Eu fui forjado na dificuldade e nos desafios, sem jamais desonrar minha vida, minha família e meu povo. Nada disso mudo", finalizando que está a disposição para qualquer esclarecimentos e que era a "primeira vez em 33 anos de vida pública que passo por isso", concluiu.
Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações da Imprensa PF
Data: 12/08/2022 19h52
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