Luiz Carlos Lisboa, jornalista nascido em São Gabriel e que teve grande importância na cultura e arte do Estado, morreu na terça aos 94 anos, em Porto Alegre (foto Leopoldo Plentz/divulgação) |
Jornalistas manifestaram nas redes sociais o pesar pela morte do colega gabrielense, Luiz Carlos Lisboa, aos 94 anos, ocorrida na terça-feira (15) e tornada pública nesta quarta. Lisboa, que teve uma carreira sólida ao longo de mais de 50 anos de atuação jornalística, era um apaixonado por arte e mesmo residindo em Porto Alegre, jamais esqueceu a terra natal, São Gabriel. O jornalista, que foi um dos idealizadores do Festival de Cinema de Gramado, estava enfermo e internado no Hospital Ernesto Dornelles, na capital e completaria 95 anos na quinta, 17 de março.
Segundo o portal Coletiva.net, ele teve falência múltipla dos órgãos e será cremado no Crematório Metropolitano da Capital. Lisboa era considerado uma das personalidades mais estimadas do meio jornalístico cultural e considerado generoso. Ele doou seu acervo ao Arquivo Histórico de Porto Alegre, composto por diversas matérias, colunas e reportagens que guardava em sua casa, quando completou 84 anos.
Mesma ação reproduzida dois anos depois, quando doou uma coleção de obras e livros à Pinacoteca Ruben Berta, que foi aberta ao público para visitação com o nome 'Exposição Doações de Luiz Carlos Lisboa'. O material contribuiu para refletir sobre as experimentações que caracterizaram as expressões artísticas daquele momento histórico, muitas delas estavam imbuídas de novas maneiras de pensar, ver e apresentar arte. Já a equipe do arquivo da Cinemateca Capitólio estima que Lisboa entregou mais de mil obras, entre livros sobre cinema e teatro e discos.
Apaixonado por Arte
Lisboa iniciou a trajetória na década de 1950, passando por Zero Hora, Diário de Notícias, A Hora, Folha da Tarde, Revista do Globo - onde foi colunista de Cinema por décadas - e revista Manchete. Além disso, foi diretor da primeira revista semanal de São Paulo, a Edição Extra, em 1963. Publicou em São Paulo seu único livro, por meio de uma coleção da Imprensa oficial, biografando a atriz Marisa Prado (estrela do mítico filme da Vera Cruz 'O Cangaceiro', de Lima Barreto).
Fundou as galerias de arte do Yázigi e do Centro Comercial João Pessoa. Atuou na Galeria Guignard, localizada no Hotel Plaza São Rafael, e na Oficina de Arte, pertencente a Jorge Berg. Apresentou um programa diário sobre artes na TV Educativa, em 1981, e exerceu o cargo de assessor de Relações Públicas na Prefeitura de Porto Alegre. Ainda foi o responsável pela idealização do Festival de Cinema de Gramado. Também ajudou a criar o Brique da Redenção, que se tornou uma identidade cultural aos domingos em Porto Alegre.
A informação foi dada pelo colega Solano Costa, na noite de quarta, à reportagem, completando ainda que quando vinha ao município, Lisboa parava na casa do familiar Dirceu Abreu. O jornalismo perde um grande expoente e São Gabriel um filho ilustre.
Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações do portal Coletiva.net
Data: 16/03/2022 23h21
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