Remanescentes da ocupação de área da Prefeitura no Bairro Santa Izabel aguardam por moradia; Prefeitura informou que dá suporte à família de Nariana (c) |
Meses após a desapropriação da área ocupada no Bairro Santa Izabel, ainda há poucas famílias que esperam a ajuda do Poder Público para conseguir moradia digna. Ainda há três famílias no local que aguardam providências para ter uma casa própria, enfrentando o frio e chuva severa dos últimos dias. A Prefeitura de São Gabriel, por meio da Secretária de Assistência Social, Juliana Medeiros, informou que o suporte está sendo dada a apenas uma família que está ali, além de ter feito o encaminhamento para cadastro em programas habitacionais futuramente.
A reportagem conversou com Nariana Proença, 37 anos e Maristela, também de 37 anos, que estão no local. Nariana, que mora com o marido Cristiano desde novembro e mais um filho, afirma que mais duas famílias estão nas proximidades e aguardam providências. "A gente quer um cantinho para morar, vamos nos 'virando' enquanto podemos, passando frio e tendo algumas ajudas, mas gostaríamos que a Prefeitura se sensibilizasse e nos desse um lugar para morar, qualquer local seria bom mesmo. Não estou aqui porque quero, mas porque eu preciso", afirmou.
Nariana e o marido, Cristiano, relatam a luta para ter uma moradia digna, enfrentando o frio e tempo instável dos últimos tempos |
Ela e o esposo vivem em um barraco improvisado com lonas e madeira e conseguiram doações. Nariana afirmou que as assistentes sociais estiveram no local e sugeriram que alugasse uma casa porque recebe benefício, mas que não tem condições. "O que gasto em água, luz, comida, não sobra para aluguel e precisamos de um local para morar", afirmando que a situação também estaria na mão da Justiça.
A família vai se virando para sobreviver. "É difícil morar no meio do barro, da sujeira, para comer temos o dinheiro do auxílio e ganhamos doações de cobertas, agora não passamos frio, mas precisamos mais de roupa. Se alguém quiser ajudar com alimentos, agradecemos", afirmando também que ela e o marido vivem com "bicos". Eles tem energia elétrica e água cedida de um vizinho, onde é paga uma pequena taxa para se manter.
Interior do barraco de Nariana, com doações e improviso para ir vivendo enquanto aguarda moradia |
No local, também vive Maristela, neste barraco existente no local há pouco tempo |
Outra vizinha, Maristela, relata que também está no local, onde vive com os quatro filhos e também pede ajuda para conseguir moradia e um local digno. "Também buscamos um local para viver, estamos neste barraco, apertado, eu e os filhos, queremos ser ajudados, ter um terreno, uma casinha. Lavo roupa na sanga, esquento água de balde, que pudessem me dar uma ajuda", afirmou ela, que é aposentada.
O que diz a Prefeitura?
A reportagem conversou com a Secretária de Assistência Social, Juliana Medeiros, que nos informou sobre a situação. Ela informou que existe apenas uma família, no caso a de Nariana, que é auxiliada com o benefício eventual de alimentação e cobertores. "Estamos auxiliando ela e também monitorando sua situação, fazendo os encaminhamentos necessários. Há duas semanas, apareceu um outro rapaz que veio de um dos assentamentos, que também estamos auxiliando", afirmando ainda que a família da Maristela não permaneceria lá.
Quanto a solicitação de Habitação, Juliana informou que o CREAS fez o encaminhamento da família de Nariana para à Secretaria de Obras e Urbanismo, para fazer o cadastro no programa de moradias (Casa Verde Amarela), com prioridade de atendimento assim que houver disponibilização de moradias. "Auxiliamos com que podemos, como alimentos, leite, agasalhos... Verificamos se estão sendo atendidos pela saúde e estão, fazendo todo o monitoramento e dando o suporte dentro do necessário", afirmou a Secretária, que disse que esta outra família, a de Maristela, não permanece lá.
Confira a reportagem em vídeo feita no local CLICANDO NO LINK AQUI.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 02/07/2021 15h59
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