Lineu Motta falou à reportagem sobre caso da bebê Isis, que nasceu sem vida na semana passada, contestando afirmações de colegas (foto Marcelo Ribeiro/portal Caderno7) |
O médico gabrielense Lineu Motta se pronunciou mais detalhadamente nesta quinta (21) sobre a morte da bebê natimorta da jovem Lidiane Carvalho, em entrevista ao Caderno7, e rebateu afirmações que teriam sido feitas em relação ao caso. Motta afirmou que, ao contrário do que foi divulgado, não há relação entre supostos problemas de saúde da mãe e o óbito da criança, destacando que a causa da morte foi súbita, um evento que pode ocorrer naturalmente.
Segundo Motta, os exames de Lidiane apontaram resultados positivos em testes anteriores, mas tratava-se de memória imunológica, evidência de uma infecção tratada no passado e que não influíram na morte da bebê Ísis. Ele explicou que o índice detectado nos testes VDRL não indicava doença ativa ou risco atual, sendo uma condição que pode permanecer no organismo mesmo após o tratamento. O médico afirmou que exames mais detalhados confirmaram que a mãe não apresentava a infecção no momento da gestação.
No entanto, Motta ressaltou que a falta de plantões presenciais na Santa Casa de São Gabriel é um fator que pode contribuir para complicações em atendimentos de emergência. Ele defendeu a necessidade de médicos estarem disponíveis no hospital durante todo o tempo e não em regime de sobreaviso, como ocorre atualmente. "Enquanto não houver plantão presencial, essas situações vão continuar acontecendo", afirmou.
O médico também mencionou que sofreu ameaças por conta da repercussão. Ele informou que registrou boletim de ocorrência contra ataques e destacou que está aberto a discussões clínicas sobre o caso com especialistas da área.
Por fim, Motta reiterou que todos os exames da jovem Lidiane estão disponíveis para análise e reafirmou que a morte do bebê não teve relação com negligência ou falta de cuidado médico. "Eu estou tranquilo com relação ao que foi feito dentro da medicina", concluiu. O portal Caderno7 segue acompanhando os desdobramentos deste caso e está à disposição para ouvir outros posicionamentos relacionados ao tema.
ENTENDA O CASO
A gabrielense Lidiane Carvalho perdeu sua filha Ísis durante o parto e alegou negligência médica em manifestação nas redes sociais. Com 39 semanas de gestação, Lidiane procurou o hospital após sentir dores, mas foi liberada pelo médico de plantão, que orientou por telefone. No dia seguinte, constatou-se a ausência de batimentos cardíacos, e Ísis nasceu sem vida após uma cesárea de emergência. A causa da morte teria sido uma infecção não diagnosticada no pré-natal. Lidiane questionou falhas no atendimento e a falta de informações, relatando que outras mães enfrentaram situações semelhantes. Os médicos Lineu Motta e Khalígula Khayan, em contrapontos, alegam ter seguido os protocolos, destacando limitações do sistema de sobreaviso e procedimentos adotados.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 22/11/2024 09h10
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