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Julgamento dos policiais acusados no Caso Gabriel é marcado para 20 de julho pela Justiça Militar; audiências foram encerradas nesta quinta em Santa Maria (foto reprodução/RBS TV) |
No dia 20 de julho, a Justiça Militar dará início ao julgamento dos policiais militares acusados no Caso Gabriel. O sargento Arleu Junior Jacobsen e os soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima respondem pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica na Justiça Militar, e por homicídio triplamente qualificado na Justiça comum. A decisão foi anunciada no final da noite de quinta (13).
Os interrogatórios dos policiais ocorrerão um dia antes, em 19 de julho. Os réus permanecem detidos no Presídio Militar de Porto Alegre, mesmo após terem a prisão preventiva revogada pela Justiça Militar, pois a decisão não abrange a ordem expedida pela Justiça comum.
A última fase de audiências aconteceu nos dias 12 e 13 de abril na cidade de Santa Maria. Agora, com a marcação do julgamento para o dia 20 de julho, a expectativa é que o caso seja finalmente resolvido no âmbito militar.
RELEMBRE O CASO
Na noite de 12 de agosto, Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, tinha se perdido da casa de seu tio no Bairro Independência, onde estava residindo para realizar exames de admissão ao Exército na semana seguinte. Próximo da meia-noite, ele chegou na casa de uma vizinha na rua Sete de Setembro, que acionou a Brigada Militar porque segundo ela, ele queria forçar a entrada no local.
Os policiais militares chegaram ao local, algemaram e teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura da BM. Testemunhas afirmaram que ele foi atingido por "pelo menos dois ou três golpes de cassetete" e foi a última vez que ele foi visto com vida.
O tio dele deu falta no dia seguinte e informou a família, que iniciou as buscas e ao chegar junto à Brigada Militar, a corporação negou inicialmente e depois, corrigiram a informação, onde afirmaram que o jovem foi levado até o Lavapé, a 2 km de onde ele foi abordado, "a pedido dele".
As buscas foram feitas na região durante cinco dias e concentradas em um açude, até que no final da tarde de 19 de agosto, o corpo foi localizado submerso nas águas. Os três policiais foram imediatamente presos, após comoção popular e continuam detidos no Presídio Militar de Porto Alegre.
Os três policiais prestaram depoimentos em três ocasiões, sendo duas vezes para a BM e uma para a Polícia Civil. Em todas, eles negaram envolvimento no assassinato de Gabriel. Os laudos apontaram que Gabriel morreu vítima de hemorragia interna, causado por ação de "instrumento contundente" e os policiais foram indiciados no inquérito militar por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, a Polícia Civil indiciou os suspeitos por homicídio doloso triplamente qualificado.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 14/04/2023 08h54
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