Neste domingo (3), uma informação colocou as forças de segurança e a imprensa em polvorosa para buscar a checagem digna do fato. Uma ocorrência registrada em Santa Maria trazia uma suposta "reviravolta" no Caso Gabriel Marques Cavalheiro. Um homem de 59 anos foragido da Justiça e preso no Bairro Noal afirmou ter matado o jovem de 18 anos por "encomenda de uma mulher", mas a Polícia Civil tomou o depoimento do homem e encontrou muitas contradições, além de não se confirmarem verídicas as informações, descartando envolvimento.
Elton Luis Rossato Gabi foi detido no bairro Noal, em Santa Maria. De acordo com a ocorrência policial feita na noite de sábado, a BM procurou o homem após receber uma informação do setor de inteligência de que ele teria comentado com outra pessoa ser responsável pelo crime. O homem, então, afirmou ter "sido contratado para matar Gabriel por R$ 15 mil" e que "teria um aviso de que o jovem estaria na localidade de Lava Pé, em São Gabriel", onde teria ido ao local, matado Gabriel usando o cabo de um machado e "usou seu carro para deixar o corpo no açude, onde o jovem foi encontrado", de acordo com a ocorrência.
O A Corregedoria da Brigada Militar foi até Santa Maria para ouvir o homem e não informou mais detalhes. O corregedor da Brigada Militar, Coronel Vladimir da Rosa, disse ainda ser cedo para comentar o caso. "A Brigada Militar está atenta a tudo e fazenda as investigações devidas, sempre", comentou.
Agentes da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DPHPP) de Santa Maria, na Presídio Regional de Santa Maria ouviram o homem. No começo da noite de domingo, o delegado José Soares Bastos falou com a reportagem que confirmou o que se suspeitava: o que foi relatado pelo suspeito não confere com o que foi registrado na ocorrência policial que registra sua prisão e que as informações nela relatadas não procedem.
"O teor da ocorrência não condiz com o relatado pelo suspeito. Tivemos ciência de alguns fatos, mas no momento o que podemos afirmar é isto. A ocorrência não condiz com a verdade dos fatos", salientando que o homem será investigado e possivelmente, pode responder pelo crime de falsa comunicação de crime e contravenção penal.
Em nota, a advogada da família de Gabriel, Rejane Igisk Lopes, mostrou apoio a investigação da Polícia Civil. "Em razão de supostos novos eventos terem sido associados ao caso de homicídio do menino Gabriel, declara seu apoio à Polícia Civil que, diligentemente, apurará tais informações para atestar sua veracidade".
A notícia chegou a circular em grupos de WhatsApp no domingo, gerando até certa comemoração entre alguns, que acreditaram "ser vítima de injustiça" e uma suposta reviravolta no caso, além de reações da comunidade que não acreditaram na versão contada pelo preso, também considerada "fortemente contraditória" por policiais civis e por tudo que foi apontado nos inquéritos militar e civil.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 05/09/2022 08h34
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