O subchefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Delegado Vladmir Urach, afirmou na manhã desta terça-feira (30), que os golpes de cassetete desferido por policiais militares em Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos e que causou sua morte, foi dado quando o jovem estava caído no chão. A afirmação foi feita em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
O inquérito deve ser concluído e remetido ao Judiciário nesta quinta-feira, 1º de setembro, mas o delegado já adiantou este detalhe. "Houve inicialmente um tapa, no rosto do rapaz, ele teria caído em razão disso, e na sequência um dos PMs o agrediu com um cassetete. E isso, segundo o que se revelou no laudo, ontem, é bem condizente com essa versão da testemunha, porque a lesão que causou a morte foi através de um instrumento contundente na cervical", explicou Urach.
A versão dos policiais, que até antes da divulgação do laudo negavam ter agredido o jovem tanto em depoimentos à Polícia Civil quanto à Corregedoria da Brigada Militar, é "conflitante com os indícios colhidos até agora na investigação", afirmou o Subchefe da Polícia Civil e que há provas "contundentes" contra os investigados. A apreensão de um veículo de um dos policiais foi realizada porque há suspeitas deste ter sido usado após a viatura chegar no quartel da BM e que vestígios de sangue teriam sido encontrados.
"Acreditamos que dentro de pouco tempo este caso já deve ser remetido para o tribunal do júri, onde (os PMs) devem ser condenados pelas provas que foram juntadas até o momento, no procedimento policial. As provas são bem contundentes e acredito que haverá condenação, sim, uma condenação até bem pesada pelas provas que nós temos. Não deve ficar impune o caso", comentou.
Entre as provas já juntadas ao inquérito, que segue em andamento, o delegado destacou os relatos de testemunhas, a filmagem feita da abordagem, o laudo da necropsia que confirmou que a morte foi causada por um golpe, e não por afogamento, e os dados do GPS da viatura utilizada na abordagem. A polícia ainda aguarda o resultado da perícia feita neste veículo oficial - resquícios de sangue humano foram encontrados no carro, mas um exame de DNA deve confirmar se o sangue é do jovem morto ou de outra pessoa. Este laudo deve sair entre quinze e vinte dias.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 30/08/2022 18h12
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