O arsenal era tão grande que os policiais levaram parte da noite para catalogar as armas apreendidas, que além de armas atuais, também teve algumas antigas e de uso do Exército, com até mesmo 1400 cartuchos de .762, armamento considerado exclusivo das Forças Armadas. A apreensão dos armamentos foi considerada pela Polícia a maior do Estado neste ano. O responsável pelo armamento é Wesley Bezerra Pires, 41 anos, que tinha sofrido um acidente há meses atrás e perdido uma das pernas no Bom Fim.
Wesley se manifesta
Na manhã desta terça-feira, 10 de dezembro, Wesley se manifestou à redação por contato telefônico e transmitido pelo Facebook do site. Visivelmente abalado, Wesley disse que estava a trabalho em Goiás - ele é caminhoneiro e segundo ele, estaria em trabalho de transporte da safra - e ele disse que vai esclarecer, que ele seria armeiro e faz o serviço para várias pessoas na comunidade. "Me colocaram como participante de uma 'facção criminosa', todas as armas são catalogadas e tem número, isso é justo com uma pessoa que trabalha?", alegando que trabalha e que se colocará à disposição das autoridades assim que retornar de viagem, onde ele estaria em deslocamento e se declara inocente das acusações.
Contraponto da Brigada Militar
O Comandante do 4º Esquadrão, Capitão Magno Siqueira, se manifestou em relação ao pronunciamento de Wesley e foi bem claro que houve transgressão de leis que regem a posse de armas, de acordo com o Estatuto do Desarmamento. Ele iniciou dizendo que se declarou chocado com as manifestações de "apoio" ao suspeito. "Para ser armeiro, ele tem que der o devido credenciamento junto ao Exército, o que ele não tem e pode inclusive pegar até 6 anos de reclusão por isso. Aliás, as penas podem ser agravadas porque várias irregularidades foram constatadas", afirmou Siqueira. O caso foi investigado através de denúncia anônima, pelo Setor de Inteligência.
Ao todo, foram apreendidas 41 armas e artefatos como granadas, armas sem numeração, alteradas e sem registro. Além disso, foram encontrados mais de 1400 cartuchos de .762, de uso exclusivo do Exército. "Mesmo que ele diga que tenha autorização, que não existe, não torna o armamento legal. É muito fácil vir contar 'historinha triste' e vir denegrir a atuação da Brigada, ele que venha se explicar com os documentos, se eles existem", acrescentando que além dos armamentos, ele tinha várias máquinas de recarga de munição e outras irregularidades que podem resultar em uma pena severa na Justiça.
"Se ele dizia que fazia manutenção, porque ele tinha milhares de munições em casa? Porque tinha munições como as traçantes, que são de uso exclusivo do Exército? O fato de ele alegar que tinha conhecidos das forças que o procuravam não atenua a culpa dele nem diminui a pena. O esclarecimento é necessário porque infelizmente, vimos algumas manifestações de 'apoio' dele. Se ele não tem culpa, que apresente as documentações que diz ter quando retornar à São Gabriel", finaliza Siqueira.
Trazemos ambas as manifestações por telefone e transmitidas ao vivo, com ambos os lados da história. Confira a seguir:
Data: 10/12/2019 17h31
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