Projeto dos deputados Simoni e Sossella revogou a proibição de venda de bebidas alcoólicas em Estádios, aprovada nesta terça na Assembleia Legislativa. Medida já causa contrariedade (foto ALRS) |
A legislação que proíbe a venda nos estádios gaúchos está em vigor desde 2008. "Aderindo a sugestão do próprio Sindiclubes, a nossa proposição aprovada pelos colegas deputados prevê a comercialização em um período específico dos jogos, ou seja, até o intervalo e após o final das partidas. Essa prática já é feita na Alemanha e Estados Unidos, por exemplo, onde o público bebe em um intervalo limitado", explicou Sossella.
O deputado também destaca que foram tomadas medidas para coibir excessos, com inclusão de penalidades para os consumidores e fornecedores que não respeitarem as regras. “Os bons torcedores não podem ser punidos pelo mau comportamento de uma minoria. Reforçar a vigilância, seja física ou eletrônica, é sim a maneira correta de garantir a segurança”, justificou.
O projeto de lei também citou que a própria Fifa não se opõe à venda de álcool em partidas de futebol, visto que durante a Copa do Mundo são comercializadas bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, inclusive no Brasil. A venda estava proibida desde 2008, o que gerou contestações na época, inclusive do presidente do então São Gabriel Futebol Clube, Roque Hermes, que em reportagem à época para o jornalista Marcelo Ribeiro, lamentou a aprovação da lei pelos prejuízos financeiros que ela causaria aos clubes.
Reações - As primeiras reações contra a medida surgiram nesta quarta-feira. O Ministério Público do Estado e a Brigada Militar expressaram "preocupação" quanto à medida e recomendam que os clubes aumentem a segurança para evitar violência durante os jogos, além de ser contra a flexibilização. Já o autor do projeto que proibiu as bebidas há dez anos e atual prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, lamenta o "retrocesso" que isso poderia gerar.
"Respeito a decisão da Assembleia, me orgulho de ter estado ali por 10 anos, mas acho que faltou um pouco de debate para fazer essa mudança. O projeto de 2008 trouxe números positivos, uma vez que a bebida alcoólica tem uma relação clara com a violência doméstica, no trânsito e nos estádios. Lamento a decisão da Assembleia e acho que é um retrocesso para o Rio Grande do Sul", disse nesta quarta em entrevista à Rádio Guaíba.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 19/12/2018 12h58
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