João Pedro Lemos
Colunista do blog
Os conjuntos de uma realidade, na visão de Chimamanda Adichie
Lendo um depoimento da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, parte de uma tarefa de minha esposa que cursa Administração no Instituto Farroupilha, dei-me conta de que no assunto domínio cultural e econômico muito pouco mudou, exceto na conscientização. Muito se debate, mas pouco se concretiza quando se pensa na construção de uma nova maneira de ler a história. Aconselho o vídeo “Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história” no youtube. Vale a pena assistir, porque diz muito. Vamos refletir:
Uma realidade em si, reúne no seu conjunto uma série de fatos e questões que nunca podem ser vistos de um único ponto de vista. Por muito tempo, não só em continentes como a África, mas também na América Latina aprendemos sobres nós mesmos a partir da visão de outrem, de cultura e economia dominante nesse caso a Europa e Estados Unidos. Nesse ponto de vista nossos heróis continuam sendo de lá, Capitão América, Homem Aranha, 007... E foi a partir dessa cultura dominante que começamos a ver as minorias, mesmo às deles, como inferiores, da mesma forma que nossa própria identidade e não como o diferente, que reúne suas próprias riquezas e qualidades.
Que herói brasileiro temos hoje? Um latino americano? Nenhum, porque desde nossa aprendizagem, nossas histórias são estrangeiras e nós, para nós mesmos, temos muito pouco a contar. Foi a partir do foco dominante do ocidente que passamos a ver e entender o mundo, a partir de uma realidade bem diferente, de uma única visão que aprendemos nossa história e a interpretar a história em si.
Aos poucos com o passar do tempo começamos a entender e nos entender, e a entender a forma unilateral de compreendermos a nós mesmos, ao mundo e a diversidade cultural que nos cerca. É como ouvirmos a história de quem descobriu o Brasil ou a história de como era o Brasil antes dos europeus invadirem-no, tanto no sentido territorial, quanto cultural, inclusive teológico.
Por isso nunca podemos nos deixar levar por uma única história, um único ponto de conta-la e interpretá-la, porque dessa forma perdemos o que há de mais grandioso, inclusive de nós mesmos.
Nossa valorização como pessoa, como povo, especialmente os latino-americanos passam por essa perspectiva que a partir do filósofo argentino Henrique Dussel. A América Latina no contexto filosófico sempre foi tratada como o “Não Ser”, por ser o diferente, aliás vale a pena ler também. Mas essa questão vale para outro momento, por hora vale a reflexão de Chimamanda.
Colunista do blog
Os conjuntos de uma realidade, na visão de Chimamanda Adichie
Lendo um depoimento da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, parte de uma tarefa de minha esposa que cursa Administração no Instituto Farroupilha, dei-me conta de que no assunto domínio cultural e econômico muito pouco mudou, exceto na conscientização. Muito se debate, mas pouco se concretiza quando se pensa na construção de uma nova maneira de ler a história. Aconselho o vídeo “Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história” no youtube. Vale a pena assistir, porque diz muito. Vamos refletir:
Chimamanda Adichie: vídeo com pronunciamento reflete nas redes |
Que herói brasileiro temos hoje? Um latino americano? Nenhum, porque desde nossa aprendizagem, nossas histórias são estrangeiras e nós, para nós mesmos, temos muito pouco a contar. Foi a partir do foco dominante do ocidente que passamos a ver e entender o mundo, a partir de uma realidade bem diferente, de uma única visão que aprendemos nossa história e a interpretar a história em si.
Aos poucos com o passar do tempo começamos a entender e nos entender, e a entender a forma unilateral de compreendermos a nós mesmos, ao mundo e a diversidade cultural que nos cerca. É como ouvirmos a história de quem descobriu o Brasil ou a história de como era o Brasil antes dos europeus invadirem-no, tanto no sentido territorial, quanto cultural, inclusive teológico.
Por isso nunca podemos nos deixar levar por uma única história, um único ponto de conta-la e interpretá-la, porque dessa forma perdemos o que há de mais grandioso, inclusive de nós mesmos.
Nossa valorização como pessoa, como povo, especialmente os latino-americanos passam por essa perspectiva que a partir do filósofo argentino Henrique Dussel. A América Latina no contexto filosófico sempre foi tratada como o “Não Ser”, por ser o diferente, aliás vale a pena ler também. Mas essa questão vale para outro momento, por hora vale a reflexão de Chimamanda.