Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Que 2016 se encerra sem deixar muitas saudades, disso praticamente não restam dúvidas. O cardápio de crises foi variado, e os desdobramentos tendem a se refletir, com maior ou menor intensidade, nas atividades produtivas ao longo do próximo ano. Com este tipo de contingências, o que o agronegócio pode esperar de 2017? As possibilidades são as mais variadas, a depender de quem responde.
Em alguns suplementos rurais de jornais e portais de notícias, já circulam análises otimistas, de um ano promissor para o agronegócio, com novas safras recorde. Ocorre que estes relatórios, normalmente, são elaborados pelo governo, então é importante ressaltar que eles acreditam que o agronegócio terá um excelente desempenho para eles, não necessariamente para a sociedade, menos ainda para o produtor. As análises divulgadas até agora, falam que os preços em alta deverão beneficiar os produtores, esquecendo-se que os preços dos insumos também cresceram muito por causa da inflação, elevando o custo de produção muito acima da renda do produtor. O agronegócio, felizmente, tem gordura para queimar, mas se a situação macroeconômica se mantiver instável por um prazo muito longo, a competitividade da cadeia pode ser fortemente comprometida.
Na região da Campanha Central, atividades como a silvicultura dinamizaram o mercado de trabalho, e o desempenho da soja e do arroz surpreenderam, apesar da forte estiagem de dezembro de 2015 e das chuvas de abril de 2016. O ciclo instável do clima deve apresentar as mesmas condições, mas a pecuária requer atenção. Justamente no momento em que o país conquista o acesso aos mercados da América do Norte e Japão para a nossa carne “in natura”, um importante conglomerado frigorífico fecha uma de suas unidades no Alegrete. Isso demonstra que o mercado industrial da carne bovina precisa, urgentemente, repensar e modernizar sua relação comercial com os produtores. A crise política e institucional, que colocou os três poderes a lutarem entre si, infelizmente não dá sinais de que vá arrefecer em 2017. O novo governo, empossado constitucionalmente com o apoio do setor produtivo, ainda que empenhado na busca de reformas importantes, ainda está devendo a liderança necessária para pacificar o país e promover o crescimento econômico.
A crise econômica é mãe da crise política, mas em 2017, o fim da primeira dependerá muito da segunda. Se as instituições sobreviverem aos seus representantes inundados em um mar de delações, o país pode viver turbulências, mas pode finalmente atravessar o caminho em direção à bonança.
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Que 2016 se encerra sem deixar muitas saudades, disso praticamente não restam dúvidas. O cardápio de crises foi variado, e os desdobramentos tendem a se refletir, com maior ou menor intensidade, nas atividades produtivas ao longo do próximo ano. Com este tipo de contingências, o que o agronegócio pode esperar de 2017? As possibilidades são as mais variadas, a depender de quem responde.
Em alguns suplementos rurais de jornais e portais de notícias, já circulam análises otimistas, de um ano promissor para o agronegócio, com novas safras recorde. Ocorre que estes relatórios, normalmente, são elaborados pelo governo, então é importante ressaltar que eles acreditam que o agronegócio terá um excelente desempenho para eles, não necessariamente para a sociedade, menos ainda para o produtor. As análises divulgadas até agora, falam que os preços em alta deverão beneficiar os produtores, esquecendo-se que os preços dos insumos também cresceram muito por causa da inflação, elevando o custo de produção muito acima da renda do produtor. O agronegócio, felizmente, tem gordura para queimar, mas se a situação macroeconômica se mantiver instável por um prazo muito longo, a competitividade da cadeia pode ser fortemente comprometida.
Na região da Campanha Central, atividades como a silvicultura dinamizaram o mercado de trabalho, e o desempenho da soja e do arroz surpreenderam, apesar da forte estiagem de dezembro de 2015 e das chuvas de abril de 2016. O ciclo instável do clima deve apresentar as mesmas condições, mas a pecuária requer atenção. Justamente no momento em que o país conquista o acesso aos mercados da América do Norte e Japão para a nossa carne “in natura”, um importante conglomerado frigorífico fecha uma de suas unidades no Alegrete. Isso demonstra que o mercado industrial da carne bovina precisa, urgentemente, repensar e modernizar sua relação comercial com os produtores. A crise política e institucional, que colocou os três poderes a lutarem entre si, infelizmente não dá sinais de que vá arrefecer em 2017. O novo governo, empossado constitucionalmente com o apoio do setor produtivo, ainda que empenhado na busca de reformas importantes, ainda está devendo a liderança necessária para pacificar o país e promover o crescimento econômico.
A crise econômica é mãe da crise política, mas em 2017, o fim da primeira dependerá muito da segunda. Se as instituições sobreviverem aos seus representantes inundados em um mar de delações, o país pode viver turbulências, mas pode finalmente atravessar o caminho em direção à bonança.