José Luiz Bicca Heineck
Colunista do blog
Ora, como não haver crise num determinado momento se as despesas de governos central e estadual não tiveram monitoramento adequado ao longo do tempo. De 1970 para cá o volume de dinheiro disponível no mundo aumentou assustadoramente. Este mundo velho de Deus que terminou a segunda guerra aos frangalhos, muito mais do lado dos derrotados, conseguiu em 25 anos recuperar-se de maneira que as empresas conseguiram se organizar, crescer, desenvolver tecnologias e cada vez mais houve a necessidade de vender para terceiros estes produtos que foram de certa forma inventados.
Quem seriam os terceiros? Aqueles dotados de menor nível de desenvolvimento, com pouco domínio das tecnologias, dentre os quais se encontrava o Brasil. País muito extenso, com grande população e uma infinidade de necessidades seria um grande comprador de quase tudo que fosse produzido no mundo dos desenvolvidos. Primeiro compramos a dinheiro e depois com crédito. Nossa dívida para sustentar o Brasil e o RS é gigantesca. O Brasil paga uma enormidade de juros para rolar seus títulos e o RS paga uma enormidade de juros pelo mau uso dos capitais que lhe foram postos à disposição. Solução para tudo, nesta altura do campeonato, realmente não há. Municípios querem cada vez mais dos estados e municípios, estados querem cada vez mais da União e a União quer cada vez mais tirar algum do bolso de todos nós brasileiros.
A grande preocupação é arrumar dinheiro para pagar as despesas existentes, quando o certo seria dar uma grande atenção ao enxugamento das despesas. O bem público de modo geral não é bem cuidado, é até tratado com descuido em muitas oportunidades. Um dia isto tem que acabar. Já que o setor público não produz para ter uma renda, vive só do trabalho do privado, então deveria ter o maior cuidado ao gastar este recurso. Cada centavo gasto, oriundo do trabalho das pessoas, deveria ser exaustivamente controlado. Mas parece não ser isto que aconteceu nos últimos 45 anos. Será que ainda não acordamos?