Passando por São Gabriel nesta quinta (2), a Caravana Estadual na Luta Pela Educação Pública, que é promovida pelo CPERS/Sindicato, reuniu o Magistério em torno de causas importantes não somente pela causa, mas para o povo gaúcho. A Caravana, composta por membros da Direção Central, presidida por Helenir Aguiar, esteve visitando as escolas da rede estadual e realizou uma plenária na Escola Estadual XV de Novembro, com grande presença de público.
Caravana percorre Núcleos no Estado para mobilizar categoria para retirar ameaças aos seus direitos |
O objetivo da Caravana, que está percorrendo todos os Núcleos do CPERS no Rio Grande do Sul, é mobilizar o Magistério para que não cesse a luta pelos seus direitos e agora, pelos direitos dos gaúchos. Em entrevista exclusiva ao Caderno7, a presidente salientou que o foco é buscar a união da categoria e impedir o sucateamento do Instituto de Previdência do Estado (IPE), além de exigir do Governo Sartori que cumpra dispositivos para colocar as finanças em dia e pague os reajustes atrasados e o Piso.
"O Magistério está a perigo, sem reajustes concretos até 2017 e com o IPE em risco. Há uma proposta para que o Instituto passe a atender também Prefeituras, Câmaras e autarquias municipais, o que vai enfraquecê-lo. Isso pode representar a sua extinção. Ele já sofre com o descredenciamento de profissionais, que não conseguem ser pagos em dia, onde consultas podem levar meses se isso ocorrer", explicando que o projeto também prevê a cobrança de mais 5% para cada dependente no IPE, o que oneraria o servidor.
Helenir disse também que o Governo Estadual tem saídas para poder investir e dar os reajustes que o Magistério precisa, com a cobrança de sonegadores. "Temos mais de 5 bilhões que não são pagos em sonegação de impostos, postos de fiscalização estão sendo desativados pelo Rio Grande. Este valor poderia colocar os pagamentos em dia", afirmou. A presidente disse que a categoria ainda batalha pelo pagamento do Piso - os 13,1% estão atrasados e ainda há 48% de reajustes a pagar - e também pela nomeação dos professores e funcionários aprovados em concurso público.
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Caravana foi encerrada com caminhada até a agência local do IPE (foto Caco Argemi/CPERS) |
Finalizando, Helenir disse que vão pressionar o Governo até agosto, do contrário, poderá ocorrer uma nova greve e pede o apoio dos pais de alunos por que o momento é delicado. "Governo nenhum vai tirar o sonho de podermos ter uma educação de qualidade. Se até agosto o Governo Estadual não der uma resposta que o Magistério procura, poderemos paralisar as atividades. Uma greve é uma medida antipática, mas estamos conscientizando a todos de que é preciso protestar para pressionar o Governo, e por isso, pedimos o apoio dos pais dos alunos que sofrem com esta falta de investimentos em educação", acrescentando que esta greve, está sendo construída para unir o Magistério e comunidades, em prol de retirar a educação da crise que se encontra.
O diretor do 41º Núcleo, Pedro Moreira, relembrou conquistas históricas, através de mobilizações e greves do Magistério. “A Caravana está construindo e mobilizando a categoria para a greve, caso o governo não garanta nossas reivindicações. Todas as nossas conquistas foram adquiridas através de muita luta. O nosso atual governo só ameaça e tira nossos direitos. Não podemos mais trabalhar por miséria e migalhas. Temos que continuar nossa luta rumo à vitória” concluiu.
A Plenária foi encerrada com uma caminhada em direção à agência local do IPE, na Rua Tristão Pinto, como forma de apoio à instituição. Além de professores da cidade e de várias cidades, estudantes do Magistério participaram dos manifestos. É o professor gaúcho em mais uma batalha contra os governos em busca de investir na verdadeira prioridade que é a educação pública de qualidade.