Urcamp homenageia todos os profissionais da área jornalística e relembra a fundação do curso que comemora 20 anos em 2015
Eles são responsáveis por levar a informação aos que não tiveram a oportunidade de chegar aos fatos. Eles são a voz da nação e os ouvidos de uma população que clama por democracia. Eles lutam diariamente pelas pautas da redação, mas também por recuperar um diploma que lhes foi tirado. Eles são Jornalistas. Profissionais que hoje comemoram o seu dia. Criado pela Associação Brasileira de Imprensa, o 7 de Abril foi instaurado como o Dia Nacional dos Jornalistas e a Universidade da Região da Campanha, que tem em seu quadro de docência o Curso de Comunicação Social, comemora e homenageia seus professores e ex-alunos graduados pela Instituição. Quem conta e relembra essa história de quase 20 anos é o Professor e Jornalista Orlando Carlos Brasil, um dos fundadores do curso.
O ano era 1992, e nascia com ele a ideia do Jornalista Orlando Carlos Brasil de lançar o curso de jornalismo na Urcamp. Foi em meados de 1995 que a Universidade aceitou instaurá-lo em sua grade, tendo o projeto aprovado em dezembro de 1995. Nesse período, Brasil era Presidente da comissão que se dedicou para instituir o curso, tendo ao seu lado Maria José Duarte, Domingos Savio Campos de Azevedo, Andrea Gallo e Stela Vasconcellos.
A primeira turma, que se dividiria nas habilitações de Jornalismo ou Publicidade e Propaganda, contou com 62 vestibulandos para a Comunicação Social, logo em março de 1996. Ao olhar para trás, Orlando Carlos Brasil reflete esses 20 anos de uma história que começou com o seu interesse. “Naquela época, quando fizemos a pesquisa de planejamento, só havia curso de Jornalismo em Caxias do Sul, Pelotas, Porto Alegre e Santa Maria. Quer dizer, além de ser geograficamente positivo para Bagé, existia um grande potencial de público, pois mais de 90% aprovaram a ideia de ter esse curso na Urcamp”, comenta Brasil ao destacar que aquela tinha sido uma grande sacada porque no mesmo ano abriram outros seis cursos de jornalismo.
O fundador
Orlando Carlos Brasil, 62 anos, Jornalista graduado em 1975. Além de um dos fundadores e grande idealizador do curso de Comunicação da Urcamp, Orlando Brasil também passou pelo cargo de Editor Chefe do Jornal Minuano, que pertence à Urcamp. Em seu currículo de atuação no curso, esteve à frente da Comunicação por três vezes, e nunca se distanciou do corpo docente.
Nesses 20 anos de trajetória ele analisa que a profissão melhorou consideravelmente, principalmente pelas modificações que sofreu. “A evolução da tecnologia é absurda nos últimos anos e isso facilitou a vida do jornalista. Hoje em dia o celular – que naquela época nem existia – te faz um fotógrafo e também é um meio de coletar informações e trocar mensagens”, frisa o Jornalista.
A nível mundial, a tecnologia faz com que todos se interliguem, “chega a ser difícil de acompanhar, na verdade. Hoje já não temos apenas o jornal, a TV e o rádio. É preciso estar ligado aos novos meios”, e contrapõe. “Se olharmos para antigamente, tínhamos que ouvir mais, a atividade exigia que o jornalista lutasse pelas informações”.
Porém, apesar das facilidades, o mercado ficou mais competitivo e isso já implica em um assunto muito comentado na imprensa e nas rodas de conversa: o diploma. De acordo com o pensamento e experiência de Orlando Brasil, o jornalista da atualidade que não possui uma especialização fica para trás. “Hoje há muita diversidade e uma demanda maior também. Portanto, quando mais especializado um profissional estiver na sua área de atuação, como jornalismo ecológico ou econômico, por exemplo, mais chances ele tem de se sobressair”. O diploma, na verdade, é uma questão de sobrevivência. “Ele te dá a técnica. Te ensina a ir atrás de uma informação e como repassá-la, mas é preciso ir além disso”. “Cheguei a Bagé e era o único graduado que falava sobre agropecuária. Eu sobrevivi durante quatro ou cinco anos somente do jornalismo independente, desvinculado de qualquer empresa”.
Como mensagem pelo Dia do Jornalista, Orlando Brasil deixa dois conselhos. O primeiro deles é que sem um idioma complementar, de preferência o inglês, o profissional não vai longe, pois as empresas de hoje já exigem esse requisito. E o segundo, que mais se faz de mensagem, é o amor à profissão. “Tem que ter amor ao jornalismo. Isso é o fundamental, se não o tiver, não há maneira de ir para frente”