Missa em memória de Tarcísio Taborda foi rezada pelo Bispo Gílio Felício, no Museu Dom Diogo (fotos ASCOM Urcamp) |
Bagé - Na noite desta quinta-feira, dia 13/03 o Museu Dom Diogo de Souza abriu suas portas, não só para quem tivesse interesse em conhecer ou vistar o vasto acervo histórico de Bagé e região, mas também para uma celebração religiosa. A Missa conduzida pelo Bispo Diocesano Dom Gílio Felício, resgatou a memória do bajeense Tarcísio Taborda, morto há exatos 20 anos.
No saguão de entrada do imponente prédio da Beneficência Portuguesa ficou montada à disposição uma capela para receber amigos, intelectuais, artistas e familiares do homem responsável por grande parte do acervo ali exposto. Historiador, museólogo, cidadão visionário e humanista, são muitas as definições que enaltecem a figura deste personagem que teve a vida interrompida tragicamente em 1994, vítima de um acidente de carro na BR 293.
Coral Auxiliadora interpretou orações ilustradas na homenagem |
As orações ilustradas e embaladas por música e pelas vozes do Coral Auxiliadora, deram o tom nostálgico e emocionante à celebração que perdurou por uma hora e meia. Quem foi prestar sua homenagem à memória de Taborda ainda pode assistir a um vídeo sobre sua vida e obra, exibido ali mesmo no museu, fundado por ele em 1955, e que hoje é parte de uma das linhas de extensão da Universidade da Região da Campanha em Bagé.
Além da homenagem ao cidadão, a iniciativa resgata as obras e benfeitorias do museólogo, como forma de manter viva a sua identidade, assim como o patrimônio histórico e cultural exposto para visitação no Museu Dom Diogo de Souza.
Quem foi Tarcísio Taborda?
Nascido em 13 de julho de 1928, Tarcísio Antônio Costa Taborda, natural de Bagé, filho de Áttila Taborda e Júlia Costa Taborda. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito, de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Exerceu a advocacia em Bagé, foi vereador e professor no Magistério no Colégio Espírito Santo e Perseverança, atual Mélanie Granier.
Após concurso do Tribunal de Justiça do Estado, ingressou na Magistratura Vitalícia e foi juiz de Direito em Pinheiro Machado, Encruzilhada do Sul, São Luiz Gonzaga, Bagé e Porto Alegre. Professor na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (atual Urcamp), lecionando no curso de Direito. Foi o fundador do Museu Dom Diogo de Souza, do Museu Patrício Corrêa da Câmara e participou da organização do Museu da Gravura Brasileira. Foi diretor de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura, Desporto e Turismo do Rio Grande do Sul. Foi também presidente da Academia Bajeense de Letras, Academia Rio-Grandense de Letras, vice-reitor da Urcamp e vice-presidente da Fundação Áttila Taborda.
Com grande destaque e importância cultural para a cidade, lançou mais de uma dezena de livros, entre os quais se destacam Santa Tecla na História da Conquista do Rio Grande do Sul (1954), Bagé, cidade sonho - Antologia (1964), Governos e Governantes de Bagé (1965) e Fontes para a História da Revolução de 1893 (1992). Ao voltar de sua fazenda com sua esposa Neusa Vaz Silveira, um acidente na BR-293 matou ambos e chocou a comunidade bageense na noite de 13 de março de 1994.