Juarez Trindade
Colunista do blog
O TABULEIRO POLÍTICO
1. A movimentação em Brasília no sentido de barrar a criação de novos partidos tem um alcance bem maior do que se possa imaginar. É o efeito Eduardo Campos (PSB), Governador de Pernambuco e virtual candidato a Presidência da República, que começa a preocupar a base alugada. A pretendida fusão entre o PMN e o PPS, formando o MD – Mobilização Democrática, teria um poderoso tucano em seus quadros: José Serra!
2. Serra, todos sabem, disputou duas vezes a Presidência da República pelo PSDB. Ficou clara, então, a existência de grupos internos especialistas em traição e em fechamento de espaços políticos no seio tucano. E ele acusou os golpes, inclusive na última eleição à Prefeitura de São Paulo. Mas ainda é um nome forte no partido e, saindo, leva consigo talvez metade do PSDB paulista, bem assim fiéis seguidores em todos os Estados.
3. Já houve, no mínimo, dois encontros secretos entre Serra, Campos e Roberto Freire, presidente do PPS, onde foram acertados detalhes do ingresso do tucano no novo partido. Serra seria, então, candidato a governador de São Paulo, em 2014, pelo MD. Ademais, especula-se que senadores como Cristóvão Buarque (PDT), Randolfe Rodrigues (PSOL) e Pedro Taques (PDT), juntamente como a totalidade do PPS e do PMN, estariam de malas prontas para a nova agremiação. Eduardo Campos poderia, com isso, formar uma base nada desprezível para alavancar a sua candidatura e enfrentar a máquina governamental. Vai daí que os adversários, inclusive os do PSD do Kassab, recém-criado - numa baita aula de oportunismo e de falta de ética - sentiram o cutuco e se apressam em barrar a criação de novos partidos!
4. Quando conheci em profundidade a nova legislação sobre empregadas domésticas, não entendi como conseguiram criar um instrumento legal que se dizia libertador mas que se revelou, na prática, poderoso meio de formação de diaristas, sem carteira assinada e sem contribuição previdenciária! Quem produziu – quem votou e quem sancionou, também – essa estrovenga jurídica deve ter “achado” que as domésticas não tinham os mesmos direitos dos demais trabalhadores somente por preconceito!
5. Também, nessa balada, não atentaram para a natureza dessa função, que jamais poderia ter como paradigma o trabalho assalariado privado normal!
6. Um empresário comum, quando paga salários e encargos aos seus empregados, embute esse custo nos seus produtos e serviços. Os dissídios da mesma forma. E vai ter tantos empregados quantos consiga, fazendo seu negócio expandir e suas vendas aumentarem.
7. O (a) cidadão (ã) comum, entretanto, tira da sua remuneração, do seu bolso, o pagamento da empregada doméstica! Hoje, por exemplo, o empregador dispende um valor mínimo acima dos 900 reais, (considerando 770,00 mais o INSS (140,00)), sem falar na alimentação, 13º, férias, etc. E não tem como repassar isso, como faz um empresário normal, para o qual seu empregado é investimento, ao passo que, para o cidadão comum é somente gasto. E mais e mais exemplos se poderia aduzir a esse equívoco legislativo, que só mesmo a ideologia torta poderia produzir.
8. Finalmente a Câmara de Vereadores de São Gabriel recolocou no ar o seu site. Bastante interessante o pedido de informação nº 18, de 10 de abril de 2013, da vereadora Karen Lannes, vasado nesses termos:
“ O Vereador signatário demonstra interesse em obter informação sobre a relação nominal de servidores CCs de cada Secretaria do Município, bem como cópias a respeito de qual procedimento adotado na contratação de servidores CCs, a fim de cumprir a Súmula Vinculante Nº 13/08 do STF? Se o procedimento for uma declaração firmada pelo servidor, que seja anexa cópia de uma declaração de cada servidor ocupante de Cargo Comissionado".
SENTIRAM O CUTUCO?
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