Protesto parou trânsito na estrada para chamar a atenção por mais segurança, na manhã desta terça (fotos Nadiane Momo/Especial C7) |
Nadiane Momo/Especial Caderno7
Candiota - O principal acesso de Candiota a estrada Miguel Arlindo Câmara com uma extensão aproximada 15 km urge por melhorias. Ao longo da última década foram cerca de 30 mortes, além das centenas de acidentes que acontecem todos os dias devido aos buracos, falta de sinalização e também a imprudência dos motoristas. Movidos pelo sentimento de perca e solidariedade que se acentuou com o acidente da última quarta-feira, 10, que causou três mortes, um grupo de candiotenses organizou-se pela rede social Facebook com o intuito de fazer uma paralisação reivindicando melhorias. O primeiro ato aconteceu no sábado, 13, às 19h no Sindicato dos Mineiros, quando em uma reunião, foi decidida a data, hora e sugeridas às melhorias. Então se formou uma comissão composta pela comunidade, que agilizou já no dia seguinte o protesto que ocorreu durante toda a manhã desta terça-feira, 16 de abril, interrompendo o tráfego de carros, ônibus e caminhões.
Moradores pediram providências para a estrada, que já causou cerca de 30 mortes na última década (fotos acima e abaixo) |
Cerca de 300 pessoas participaram da paralisação que ocorreu na entrada do bairro João Emílio onde aconteceu o acidente da última quarta, vitimando Luis Mário Peruchena e o filho Davi Peruchena de apenas 8 anos, assim como o motorista do caminhão que colidiu no Uno que a família encontrava-se, Rodrigo Teixeira. O evento contou com a participação dos Poderes Executiva e Legislativa, assim como representantes do Sindicato dos Mineiros, Associação de Moradores da João Emílio e a comunidade em geral.
Na oportunidade, autoridades e comunidade manifestaram suas opiniões em relação aos pedidos e também projeto de federalização. Conforme uma das organizadoras do evento representando a comunidade, Josuélem Duarte, a atividade que foi pacífica é uma expressão da força comunitária, de forma apartidária, visando sim resultados imediatos, mas também a Federalização em seguida. “Realmente estamos necessitando de uma M.A.C com melhores condições de trafegabilidade. Estamos no tornando pólo industrial e de desenvolvimento, com esse maior fluxo são inevitáveis melhorias. Foram muitas vítimas e estamos expressando esse sentimento de perda”, complementa reforçando que a expectativa mesmo é de resultados e melhores condições para que mais hajam mais vítimas.
"Sem dono", estrada não recebe conservação e melhorias. Candiotenses e região pedem providências urgentes |
Por sua vez, o prefeito Luiz Carlos Folador que também esteve presente no ato, disse que a Prefeitura deverá sim tomar algumas medidas, mas observou que o município por si só não tem condições financeiras de arcar sozinho com uma reforma que demanda milhões de reais e que por isso, é necessária a contrapartida e participação das empresas locais que usufruem da estrada, utilizando-a com o tráfego intenso de caminhões e carretas que todos os dias fazem o trajeto. “Me solidarizo com cada familiar e amigo das vítimas. Conheço e sei da situação da estrada e sou um parceiro para buscarmos a federalização já”, acentua o prefeito, ao destacar que o movimento é válido como representação da comunidade, inclusive para chamar a atenção dos órgãos Federais em Brasília para a aprovação definitiva do projeto. “Todos juntos vamos sim melhorar as condições da MAC”, finaliza, informando que a conscientização também é importante e que a Secretaria de Educação do município também está fazendo um trabalho junto às escolas.
Federalização da M.A.C
O Projeto de Lei para Federalização da M.A.C, elaborado pelo senador Paulo Paim PT-RS, contendo recapeamento, rotatórias, sinalização e acostamento, já teve parecer favorável do DNIT e Ministério dos Transportes. O projeto está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça no Senado Federal. “Precisamos da força do povo para mobilizar Brasília para que esse projeto de R$ 12 bilhões seja aprovado”, alerta Folador.
Uma estrada “sem dono”
Construída na década de 70 – ainda não tem um responsável oficial. Foi construída pela CEEE, mas que foi vendida na década de 90 para CGTEE, acabou não sendo nem de responsabilidade da própria empresa nem do município. Um dos questionamentos é saber de quem seria a propriedade para que medidas e cobranças fossem feitas. Porém, busca-se na Federalização a alternativa mais viável.
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