Conselheiros da Agência conheceram instalações das Estações da SG Saneamento |
Pela primeira vez, os conselheiros da Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados de São Gabriel (AGESG), fizeram a visitação às Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE), localizados nos bairros Vila Maria e Siqueira respectivamente, para conferir o trabalho feito pela atual concessionária do sistema, a São Gabriel Saneamento. E algumas questões foram apresentadas pela primeira vez, entre elas o fato de que a Estação de Tratamento de Esgoto voltou a funcionar depois de cinco anos parada.
Etiel mostra os sistemas de monitoramento dos reservatórios e como funcionam |
O funcionamento da ETA foi explicado e mostrado na prática pelo químico responsável pela operação da ETA, Etiel da Silva Pereira. Ele apresentou aos conselheiros da AGESG todo o processo, desde a parte de captação, dosagem dos produtos químicos, tanques de decantação e filtração, rotinas de analises laboratoriais, até os sistemas de reservatórios espalhados em diversos pontos da cidade.
Antônio José Leopoldo, membro da AGESG percebe que as instalações ainda são precárias, mas que já estão melhores do que o apresentado no momento da transição. Gonçalo Souto Meyer completa: "A empresa sabe que tem muito a melhorar, mas em um primeiro momento não podemos cobrar muito, desde que a água esteja sendo bem tratada, que é o que estamos vendo que está sendo cumprido", frisou.
Eles conheceram a Estação e todo o processo de tratamento da água que chega nas casas, com a orientação do responsável de produção, Etiel Pereira. “Temos muito a fazer, mas estamos conseguindo trabalhar para levar uma água de qualidade aos gabrielenses”, salientou.
Conselheiros visitaram ainda a Estação de Tratamento de Esgoto, que voltou a funcionar depois de cinco anos |
Diferente do que havia sido comentado, foi retomado o tratamento do esgoto na estação após a SGS assumir o serviço. Apesar dos tanques não estarem em conservação adequada, estão funcionando. O filtro biológico, por exemplo, apesar da distribuição do liquido não ser uniforme, está operando.
O Plano Municipal de Saneamento já apontava a precariedade de alguns processos realizados nas Estações de água e de esgoto. Mas com uma pequena manutenção e limpeza do local, os membros da AGESG puderam circular pelo local com segurança e foi possível notar a diferença na conservação.
O engenheiro Luiz Antônio Bertazzo, responsável químico da SGS, salientou que ainda há muito que se fazer na ETE, mas que a ação imediata já foi cumprida: a retomada do tratamento. Ressalta que por se tratar de um trabalho importante para os cidadãos e para o meio ambiente, a empresa teve o cuidado e a responsabilidade de documentar essas ações em vídeos, assegurando ainda mais a transparência no processo.
Beatriz Stoll Moraes, Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (IPH/URGS), afirma que o mau cheiro do local é natural de uma ETE que está funcionando, e que diminui quando o esgoto não passa pelo tratamento. “Esse odor é natural e não passa disso, o cheiro só diminui quando o esgoto vai direto para o rio”, garante.
O superintendente da SGS, Marcelo Pires, já projeta a reforma da ETA e a modernização e automatização dos equipamentos de dosagem química, além da manutenção no sistema de tratamento de esgoto até que seja construída a nova ETE, que terá capacidade de tratar 90% do esgoto produzido pelo município. “Enquanto isso, vamos seguir fazendo o tratamento do que é coletado, mesmo que sem as condições favoráveis”, completa.
Ao fim da visita, o presidente da AGESG, Luiz Fernando Oliveira afirma que a está com o trabalho bem encaminhado, mas prevê muitos problemas em relação ao esgoto por conta dos sistemas defasados. “Para mim, os 14% que eram coletados eram tratados”, afirma se referindo à realidade que foi verificada sobre o funcionamento anterior à transição da concessão; e finaliza: “Agora vocês precisam fazer o tratamento, como estão tentando. E construir mais 80% de rede de esgoto”.
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