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Operação do GAECO do MPRS teve cumprimento de mandados nesta sexta-feira em São Gabriel (fotos MPRS/divulgação) |
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do RS (GAECO/MPRS) realizou nesta sexta-feira, 29 de agosto, a Operação Bom Negócio, contra uma facção que lavava dinheiro do tráfico de drogas por meio de revendas e sorteios fraudulentos de veículos.
A ação mobilizou cerca de 100 agentes em São Gabriel, Cruz Alta, Ijuí e Lagoa Vermelha, com apoio da Brigada Militar e da Polícia Penal. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em casas, revendas de carros e no presídio de São Gabriel, além de sete medidas cautelares, como bloqueio de contas bancárias, quebra de sigilo e indisponibilidade de bens que somam mais de R$ 5,5 milhões.
Segundo o promotor João Afonso Beltrame, a facção usava os recursos para fortalecer o tráfico na região. Do total de 44 veículos identificados, 24 já foram apreendidos judicialmente.
O promotor Rogério Meirelles Caldas afirmou que a operação busca desarticular e descapitalizar os grupos criminosos, impedindo que usem o dinheiro ilegal para enganar a população e competir no comércio local.
Investigação
As apurações começaram a partir de informações do 2º Regimento de Polícia Montada da BM, que apontou movimentações suspeitas ligadas ao tráfico. O GAECO identificou uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas, uso de empresas de fachada e contas em nome de laranjas.
As investigações revelaram que os criminosos usavam revendas de veículos, inclusive carros de luxo, e sorteios fraudulentos para esconder o dinheiro do tráfico. A facção era formada por núcleo familiar e empresarial, com atuação coordenada inclusive a partir do presídio.
Sete pessoas são investigadas: um traficante preso com 37 anos de condenação, sua mãe e dois filhos, além de empresários do ramo automotivo do Norte e Noroeste do RS. Eles respondem por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, estelionato, organização criminosa e crimes contra a economia popular.
Sorteios falsos
Os sorteios eram feitos pela internet, com bilhetes pagos via PIX. Após o “sorteio”, um suposto ganhador aparecia em vídeos nas redes sociais, mas os veículos nunca eram entregues e continuavam circulando entre as revendas da própria organização.
Segundo o MP, esses sorteios não seguiam a legislação que regula promoções comerciais e eram usados apenas para disfarçar a origem ilícita do dinheiro.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 29/08/2025 15h02
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