![]() |
Na penúltima oitiva, provedor Cilon, Carlos Pufal e o médico Ary Carnieletto Jr. foram ouvidos pela CPI nesta manhã de quarta, 4 de junho (foto Marcelo Ribeiro) |
A CPI da Santa Casa de São Gabriel realizou mais uma audiência na manhã de quarta-feira (4), no plenário da Câmara de Vereadores, para ouvir três pessoas ligadas à gestão do hospital: o diretor clínico, médico Ary Carnieletto Júnior; o ex-contador e atual colaborador do setor de compras, Carlos Pufal Machado; e o provedor da instituição, Cilon Lopes de Siqueira.
O médico Ary explicou que sua função, sem remuneração, é representar os médicos junto à direção. Ele falou sobre dificuldades enfrentadas no hospital, como atrasos nos pagamentos, dificuldade para manter profissionais e falta de participação nas decisões da direção. Disse ainda que atua como porta-voz do corpo clínico e que só analisa denúncias quando registradas formalmente.
Carlos Pufal relatou que os pagamentos a fornecedores estavam em dia até começarem os atrasos nos repasses. Segundo ele, a dívida atual da Santa Casa é de cerca de R$ 1 milhão. Parte desse valor está sendo parcelada para não faltar materiais e insumos. Ele também afirmou que o hospital atende mais pacientes do que o previsto pelo contrato com o SUS, o que piora a situação financeira. Por isso, defendeu o envio de mais emendas parlamentares.
Já o provedor Cilon afirmou que a crise da Santa Casa é parecida com a que atinge outros hospitais filantrópicos no Brasil. Disse que os recursos públicos não cobrem os custos e que, por isso, a direção contratou um administrador e adotou medidas para reorganizar as finanças. Uma empresa especializada também foi contratada para regularizar os terrenos pertencentes à instituição.
Cilon explicou ainda que os custos aumentaram muito durante a pandemia e não voltaram ao normal. Garantiu que a prioridade da gestão é pagar medicamentos, salários e honorários médicos. Sobre doações feitas pela senhora Marina Ramos, disse que o dinheiro está sendo usado conforme combinado. Negou que haja, neste momento, intenção de entregar a gestão ao município, mas admitiu que isso poderá acontecer se a situação piorar. Afirmou também que as dívidas estão sendo renegociadas e devem ser quitadas em médio prazo.
A reunião foi conduzida pelo presidente da CPI, vereador Moisés Marques (PDT), com os vereadores Ladislê Camargo Teixeira (PSB, relator), Juliana Medeiros Carvalho (PL, secretária), Adão Santana (PL) e Cacaio Lannes (PRD). A próxima e última oitiva da comissão será no dia 9 de junho, às 9h45, com o ex-prefeito Rossano Gonçalves. Depois disso, será definido o prazo para apresentação do relatório final da CPI.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 04/06/2025 21h58
Contato da Redação: (55) 996045197 / 991914564
E-mail: blogcadernosete@gmail.com
jornalismo@caderno7.com