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| Mais uma vez, Procissão de São Jorge/Ogum percorreu as ruas do Centro de São Gabriel para saudar o santo guerreiro na noite de terça-feira, 23 de abril (fotos Marcelo Ribeiro/Portal Caderno7) |
Centenas de fiéis participaram, na noite de terça-feira (23), de mais uma edição da Procissão de São Jorge/Ogum pelas ruas de São Gabriel, data dedicada ao santo popular e orixá. O evento, realizado há mais de meio século pelo Centro de Umbanda Cabana do Pai Xangô e Oxalá — liderado por Iya Talabi Áurea de Osalá (Mãe Áurea) e sua família —, contou mais uma vez com o apoio da comunidade gabrielense.
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| Pais, mães e filhos de santo participaram das celebrações |
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| Centenas de devotos percorreram as ruas do Centro, fazendo suas saudações e pedidos para o santo/orixá |
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| Procissão saiu da sede da Cabana do Pai Xangô e Oxalá, na Barão do Cambaí |
A procissão teve, como de costume, duas imagens de São Jorge: uma transportada por um caminhão da Cia do Caminhão e outra conduzida a pé por devotos na linha de frente. O trajeto seguiu o percurso tradicional, partindo da sede do terreiro, na Rua Barão do Cambaí, passando pela esquina do Colégio Perpétuo Socorro, Avenida Júlio de Castilhos, Rua Duque de Caxias, entorno da Praça Fernando Abbott, Rua General Mallet até o 6º Batalhão de Engenharia de Combate e ruas paralelas, retornando ao Centro de Umbanda, onde as homenagens seguiram até a madrugada.
Pessoas de todas as idades participaram da caminhada. Apesar de alguns motoristas desrespeitosos tentarem atrapalhar a passagem da procissão, o evento transcorreu com tranquilidade e contou com o apoio da Fiscalização de Trânsito, que balizou parte do trajeto. A organização agradeceu a presença de todos que foram saudar São Jorge e Ogum.
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| Por onde passava, o santo era anunciado com o "toque de rei", feito por Vando Mello |
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| Procissão passou em frente a pontos históricos da cidade |
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| Na saída, as imagens de São Jorge saíram saudadas nos túneis das tradicionais espadas |
Origem da crença
De acordo com a tradição cristã, São Jorge foi um soldado romano que serviu ao imperador Diocleciano. Convertido ao cristianismo, recusou-se a obedecer à ordem de perseguição aos cristãos, sendo torturado até a morte. Ele teria nascido na Capadócia, região que hoje pertence à Turquia.
A famosa lenda do cavaleiro que enfrenta o dragão tem origem nas Cruzadas. Conta-se que, após participar de batalhas contra os sarracenos, Jorge teria ido à cidade de Syelen, na Líbia, onde um eremita o alertou sobre um dragão que assolava a região. Para aplacar a criatura, jovens mulheres eram oferecidas em sacrifício. Restava apenas Sabra, filha do rei, que seria sacrificada ou dada em casamento a quem matasse o dragão. Jorge matou a criatura com sua lança, salvou Sabra e casou-se com ela.
Na Umbanda, São Jorge é sincretizado com o orixá Ogum, associado à lua – cujas manchas, vistas da Terra, lembram a figura de São Jorge matando o dragão em noites de lua cheia. Na mitologia iorubá, Ogum é o orixá do ferro, da guerra, da agricultura e da tecnologia, considerado um dos mais poderosos. Essa devoção é especialmente forte no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e na Bahia – onde Ogum também é associado a Santo Antônio.
São Jorge é padroeiro de Portugal, Inglaterra, da cidade de Moscou, do estado e da cidade do Rio de Janeiro (onde é feriado municipal), e da Catalunha, na Espanha. Em São Gabriel, a procissão é a principal manifestação religiosa em homenagem ao santo/orixá.
A trajetória do Santo Guerreiro também foi retratada no cinema em 2024, no filme brasileiro Jorge da Capadócia, dirigido e estrelado por Alexandre Machafer, que narra como Jorge se tornou santo.
Confira como foi a procissão:
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 24/04/2025 07h52
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