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Após cirurgia do câncer de mama, Cátia disputou uma das maiores provas de maratona do litoral gaúcho, a Travessia Torres-Tramandai |
Após 1 ano e 4 meses da cirurgia do câncer de mama, é possível ter uma vida “praticamente normal”, mesmo utilizando uma medicação forte, com diversos efeitos colaterais. Esses medicamentos afetam o emocional, a autoestima, causam cãibras diárias, aproximam da depressão e forçam a entrada na menopausa no auge da juventude, entre outros efeitos. Os sintomas para quem entra no mundo do câncer são inúmeros, mas eu decidi viver um dia de cada vez e fazer tudo o que quisesse.
E nisso tudo, destaco a corrida de rua: MINHA TERAPIA DIÁRIA.
Desde a cirurgia (02/10/2023), já participei de 23 provas oficiais: 1 Ultramaratona (84,4 km), 3 Maratonas (42,2 km), 1 Desafio das Coxilhas (30 km), 3 Meias-Maratonas (21,1 km), 7 provas do SESC e 8 Rústicas em diferentes municípios. E sabe o que todas elas têm em comum? Muita história sendo escrita, boas memórias entre amigos, a certeza de que somos fortes para enfrentar qualquer obstáculo e, o principal, levar a mensagem: "O CÂNCER DE MAMA TEM CURA! CUIDE-SE, PREVINA-SE E FAÇA O AUTOEXAME!".
Mas o maior desafio de todos veio no dia 25 de janeiro de 2024. Após quatro meses intensos de dedicação e preparação, participei da Travessia Torres-Tramandaí (TTT) na categoria SOLO, percorrendo 84,4 km pelas praias do litoral norte do Rio Grande do Sul. Foi nessa prova que conquistei o título de ULTRAMARATONISTA, tornando-me a primeira mulher gabrielense a encarar esse desafio.
Durante esses meses, ouvi muitas vezes a mesma pergunta: "Por que tu quer correr 84 km?". Porque eu queria me desafiar, fazer algo que parecia impossível, mostrar que podemos realizar tudo o que quisermos e, principalmente, compartilhar minha experiência com o câncer de mama com qualquer pessoa que esteja passando por um tratamento.
Não imaginava que a TTT me ensinaria tanto. Descobri que somos muito mais fortes do que pensamos! Mas nada disso seria possível sem pessoas comprometidas ao meu lado. Durante toda a preparação, contei com o apoio de um treinador, nutricionista, personal trainer e, claro, da equipe médica que me acompanha no tratamento do câncer.
Neste 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, deixo o alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Aos 37 anos, identifiquei um nódulo através do autoexame.
Câncer de mama tem cura!
Previna-se!
Faça o autoexame!
Santa Casa de São Gabriel
"Na corrida, encontramos uma fonte inesgotável de coragem, perseverança e superação."
(Livro do Dr. Reinaldo Ritzel)