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Lilica Chagas, natural de São Gabriel, foi homenageada pelo colega Felipe Vieira em seu site nesta quarta-feira, 26 de fevereiro (foto arquivo pessoal) |
Nesta quarta-feira (26), o jornalista Felipe Vieira publicou um texto em homenagem à colega Eulina Maria Garcia Chagas, conhecida como Lilica Chagas, gabrielense que reside em Gramado desde 2019. Após uma carreira de destaque no jornalismo, Lilica atualmente atua como corretora de imóveis no setor imobiliário.
No texto, publicado em seu site (www.felipevieira.com.br) e em suas redes sociais, Vieira faz um resumo da trajetória profissional da colega. Mesmo atuando em uma área diferente, ele ressalta que Lilica sempre será uma "jornalista com J maiúsculo".
Vieira relembra a carreira de Lilica, que teve passagens pelo Grupo RBS, onde trabalhou na Rádio Gaúcha e na RBS TV exercendo várias funções como produtora e repórter. Além disso, atuou no Governo do Estado durante a gestão de Antônio Britto, participando da implantação do setor de televisão do Palácio Piratini. Teve ainda mais uma passagem pelo Grupo RBS até 2009.
O texto apresenta um relato nostálgico e informativo sobre sua trajetória, destacando sua atuação na Rádio Gaúcha, sua importância como produtora em diversos programas e sua transição para o mercado imobiliário em Gramado. O jornalista também compartilha memórias do período em que negociava espaço para notícias com Lilica, exaltando sua competência e credibilidade.
Ao final, Felipe Vieira reforça que, mesmo na nova profissão, Lilica mantém sua essência jornalística, utilizando suas habilidades de comunicação para oferecer um serviço diferenciado aos clientes.
Jenny é irmã da professora e pesquisadora Jenny Maria Chagas. Confira na íntegra a reportagem veiculada:
LILICA CHAGAS: A CORRETORA DE IMÓVEIS DA SERRA GAÚCHA QUE SABE TUDO DE JORNALISMO; POR FELIPE VIEIRA
O tempo, suas mudanças e guinadas faz a gente perder o contato com as pessoas que, num determinado momento, foram muito importantes em nossas vidas. Ninguém faz Rádio sozinho, o trabalho é feito em equipe. Muitas vezes, apenas o âncora se destaca. Não há nada mais importante, para um apresentador, do que uma ótima retaguarda de produção. Eu, que iniciei no rádio me autoproduzindo na Sobral (Butiá/RS), fiquei encantado quando cheguei na Gaúcha e encontrei uma estrutura completa de Jornalismo. Nós, os repórteres, recebíamos as pautas dos chefes e produzíamos o material para o Correspondente, que seria lido em quatro horários, e ampliado no Chamada Geral (onde havia ampla participação da reportagem). Também produzíamos, sempre que necessário, para os demais programas da emissora. Naquele momento era cada um por si, e os “Deuses por todos” eram as produtoras do horário.
Os âncoras, à exceção de João Carlos Belmonte e Domingos Martins, que apresentavam as edições da manhã e tarde do Chamada, não estimulavam muito a entrada dos repórteres. E lá íamos nós “negociar” espaços para as notícias com Magda, Regina, Rita, Vera, Macário, Alda, Paulo, Jacaré e … Lilica Chagas. Maior audiência na tarde, o Gaúcha Repórter era o objetivo a ser alcançado (ainda mais por mim, que cobria política, principalmente o Palácio Piratini e a Assembleia Legislativa). Lasier Martins era um centroavante finalizador, mas, antes da bola chegar nele, tinha que passar pela Lilica, que seria um meio-campo moderno desses que desarma, sai para o jogo e deixa o atacante na cara do gol. Quase sempre com elegância, ela dava ordens e dizia como o time ia jogar. Quase, porque algumas vezes, ela se transformava num zagueiro que ganhava a jogada na imposição.
Eu adorava negociar com ela cada pauta; entrar no ar, com a ordem de fazer dois minutos de boletim, estourar o tempo e depois ouvir a Lilica brigando comigo na linha de serviço. Apesar do bom material, tinha criado um problema de tempo para ela que, em consequência, me dava um “cartão vermelho” e, no dia seguinte, não entraria no programa “para aprender”. No outro dia, eu corria atrás de uma informação exclusiva e ela, por ótima jornalista que sempre foi, reconhecia a importância da notícia e abria espaço. Conto isso para dizer da minha surpresa, e alegria, ao descobrir faz alguns dias que a Lilica – jornalista e produtora raiz – hoje trabalha como corretora junto à Imobiliária Rohde, empresa que mais negocia imóveis no Laje de Pedra.
Ela, que construiu uma história de sucesso como jornalista. Em veículos de comunicação e assessoria de imprensa, sempre foi sinônimo de competência, credibilidade, dinamismo e agilidade, Tenho a certeza de que levou tudo isso para a nova profissão, para felicidade dos compradores. A mudança aconteceu, após cinco anos residindo em Gramado. Depois de muito estudo de mercado e reflexão pessoal, alimentando o desejo de voltar a trabalhar, optou por dedicar-se aos negócios imobiliários.
No rádio, a carreira de Lilica se iniciou no ano da Constituinte. Em1988, entrou como freelance na Rádio Gaúcha. Foi chamada para cobrir as férias de um colega que produzia o programa apresentado por Isaías Porto, veiculado ao vivo nos finais de semana. Após o breve período, restou contratada e passou à produção de outros programas. Trabalhou com nomes de peso, como os saudosos Cândido Norberto e Jayme Copstein. Foram passagens rápidas, antes de assumir em definitivo o Gaúcha Repórter, que então vivia uma crise de identidade, precisava consolidar-se no horário da tarde e ela fez isso muito bem criando profissionais competentes como Cristiane Casapícola, Rogério Carbonera e Gabriela Mendonça, entre outros.
Depois do sucesso na produção de rádio, Lilica subiu o Morro Santa Tereza e foi produzir a nossa rainha, Tânia Carvalho, e outro craque da comunicação, Lauro Quadros. Saiu da RBS e montou, a convite do então governador Antônio Britto, o setor de tevê do Palácio Piratini. Em 2007, voltou para trabalhar na RBS TV na produção do Jornal do Almoço, onde permaneceu até 2009.
Entre idas e vindas que se iniciaram em 2017, Lilica Nascimento fixou residência em Gramado, onde vive desde novembro de 2019, após ficar viúva de seu companheiro. “Realizei nosso projeto, mesmo após o falecimento do Flávio”. Lilica recorda que enfrentou a pandemia, lambeu as feridas do luto e mergulhou numa reflexão pessoal que redundou em sua volta ao mercado de trabalho como corretora de imóveis. “Sou avó de nove netos. Eles me dão enorme alegria, mas sigo curiosa e apenas a vida familiar não me preenche”, resume a inquieta jornalista e agora corretora de imóveis.
Hoje, dedica-se ao mercado de imóveis para clientes selecionados. “Fico encantada em ajudar as pessoas na realização do sonho de viver nessa região tão linda de nossa serra. Aqui tem qualidade de vida, diversas opções de lazer ao ar livre e um atendimento primoroso nos serviços, além de segurança para ir e vir”. Segundo Lilica, a experiência pessoal de escolher viver na serra, após 45 anos em Porto Alegre, facilita o entendimento das expectativas dos clientes que buscam um refúgio serrano, ou mudança em definitivo. “Muita gente mora aqui e trabalha em São Paulo. A comunidade é muito organizada, estruturada. Tem bastante segurança. A questão da segurança é um atrativo para empresários e profissionais bem-sucedidos com um perfil econômico privilegiado”.
Mesmo à distância, foi ótimo saber de novidades sobre ela, e constatar que o jornalismo foi deixado totalmente abandonado. No perfil profissional do Instagram, By Lilica (@Lilica_Chagas), além de mostrar oportunidades de negócios, ela também tem espaço para apresentar a cidade e contar algumas histórias sobre a vida de quem mora na Serra. Não é apenas um perfil para venda de imóveis, tem muito do lado jornalista que acompanha quem é do meio, independentemente de reposicionamentos de carreira. Ou seja, além de excelentes compras, os clientes poderão ouvir grandes histórias e se informar de tudo o que acontece, porque a corretora Lilica Chagas foi e sempre será uma Jornalista, com J maiúsculo.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 26/02/2025 18h45
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