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Há dois anos, Brasília foi alvo de atos antidemocráticos que pediam golpe de Estado (foto Marcelo Camargo/Agência Brasil) |
No dia 8 de janeiro de 2023, Brasília foi palco de uma tentativa de golpe de Estado que mobilizou milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação começou com a concentração de manifestantes no acampamento bolsonarista, localizado no Setor Militar Urbano (SMU), e evoluiu para uma marcha em direção à Esplanada dos Ministérios, culminando na invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.
Motivados por discursos que alegavam suposta fraude eleitoral, os manifestantes buscavam pressionar por uma intervenção militar para reinstalar o ex-presidente no poder. Alertas emitidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) dias antes já indicavam a chegada de ônibus com manifestantes e a possibilidade de ataques a prédios públicos. No entanto, a resposta das forças de segurança foi insuficiente, permitindo que a marcha rompesse barreiras policiais e atingisse os principais edifícios da República.
Por volta das 13h daquele domingo, os manifestantes deixaram o SMU. Às 15h, após pouca resistência policial, invadiram os três prédios. A depredação se estendeu por horas, incluindo locais como o gabinete presidencial no Palácio do Planalto. Somente por volta das 17h, o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu intervir e dispersar os invasores.
Os danos materiais abrangeram a destruição parcial de estruturas, obras de arte de valor inestimável e equipamentos. O episódio deixou feridos entre manifestantes e policiais e levantou questionamentos sobre as falhas na segurança. Relatos apontam que alguns agentes policiais chegaram a demonstrar apoio às ações dos invasores.
Em resposta, o então governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, demitiu o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e foi afastado temporariamente do cargo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Após o controle da situação, Lula vistoriou os prédios e determinou o início de investigações para identificar os responsáveis e financiadores dos atos golpistas.
Mais de 1.400 pessoas foram presas, e as investigações prosseguem, com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro apurando as falhas de segurança e o financiamento das ações. Paralelos foram traçados com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021, evidenciando o impacto de grupos extremistas no cenário democrático.
As investigações resultaram no indiciamento de 36 pessoas e na descoberta de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Dois anos após os eventos, as consequências jurídicas e políticas seguem em análise, com o caso servindo como um alerta sobre a importância de preservar a democracia e fortalecer as instituições públicas no Brasil. Nesta quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, uma série de eventos na capital federal marcará os dois anos do ocorrido.
Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações da Agência Brasil
Data: 08/01/2024 08h53
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