Reunião da "CPI do Patrolão" quase terminou em briga após o depoimento do ex-prefeito Rossano sobre a contratação pela Prefeitura de empresa em que é sócio (foto reprodução/redes sociais Caderno7) |
A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de São Gabriel para investigar a contratação pela Prefeitura dos serviços de uma empresa pertencente ao ex-prefeito Rossano Gonçalves, chamada popularmente de "CPI do Patrolão", "pegou fogo" na manhã desta sexta-feira, 26 de julho. Após o depoimento de Rossano, ocorreu um tumulto entre ele e Luiz Alberto Flores Gonçalves, ex-colega de PDT, quase resultando em vias de fato. Além de Rossano, mais quatro pessoas foram ouvidas pela Comissão.
Reunião da CPI foi lotada nesta manhã de sexta-feira, no Plenário da Câmara |
Entre os depoentes, Rossano foi um dos convocados, afirmou que foi tudo feito dentro da legalidade e comparou a CPI a "um circo" |
O Plenário ficou lotado, tanto por membros da comunidade quanto por Secretários e Cargos em Comissão (CCs) da atual administração, que vieram acompanhar a sessão presidida por Elson Teixeira (PDT). O primeiro a ser ouvido foi o prefeito Lucas Menezes, que compareceu por convite (não foi convocado). O prefeito falou sobre a revogação do contrato, ocorrida dois dias após sua primeira visita à Câmara de Vereadores, quando foi convidado para discutir o tema. Ele garantiu que não houve ilegalidade no processo.
Apesar do parecer da Procuradoria que indicava a possibilidade de manter o contrato ativo, o prefeito admitiu que decidiu revogar a contratação com base em um parecer do Controle Interno da Prefeitura, que encontrou falhas técnicas. "Essas falhas não geraram nenhum prejuízo financeiro ao município, mas decidimos revogar o contrato para evitar novas falhas no futuro", afirmou. Durante o depoimento, Lucas ficou na defensiva em muitos dos questionamentos da vereadora Malu Bragança (PDT). "Todo meu trabalho, toda minha atuação respeita os princípios da administração pública", repetiu várias vezes.
Em seu depoimento, Rossano justificou que a contratação seguiu todos os princípios da legalidade e moralidade e que a "CPI virou um circo político", criticando diversos adversários políticos. "Me acusam de imoralidade, mas quem me denuncia tem muitas outras imoralidades que estão provadas. Conheço todos que querem me acusar e criar narrativas", afirmou, ressaltando que o contrato foi feito legalmente com a Prefeitura e questionando por que a CPI não investiga três contratos em vez de um. "Não cometemos imoralidade, tampouco tivemos contato com o Prefeito e Secretários", sintetizou.
CPI encerrou a parte de depoimentos nesta sexta-feira, 26 de julho |
Após a conclusão do seu depoimento, quando a sócia de Rossano, Silvana Barros, se preparava para responder às perguntas da CPI, um tumulto foi iniciado a partir de uma discussão entre o ex-prefeito e Luiz Alberto Flores Gonçalves, ex-companheiro de PDT que estava acompanhado de sua esposa, Giovana Gonçalves, presidente da legenda e presente à reunião. Segundo informações, Rossano teria ameaçado Betinho, como é conhecido, dando início à discussão; a "turma do deixa disso" e a Brigada Militar intervieram para levar o ex-prefeito para fora do plenário, suspendendo a sessão por um tempo. Houve também relatos de supostas agressões.
Após isso, Silvana e o advogado Elivelton Xavier, da Procuradoria Jurídica, foram ouvidos. O Secretário da Fazenda, Artur Goularte, também foi ouvido em convocação aprovada na hora, visto que estava presente no plenário. Goularte afirmou que não tinha conhecimento de que a empresa tinha o ex-prefeito como sócio e que todos os trâmites foram realizados de forma legal. Após isso, a sessão da CPI foi concluída e a próxima ocorrerá na terça-feira, 30 de julho, às 8h30. De acordo com a presidência da CPI, todos os interessados já foram ouvidos.
Confira na íntegra a sessão da CPI que ocorreu nesta sexta:
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 26/07/2024 17h04
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