Gildo Lemos retornou da Bolívia e ao chegar em Porto Alegre, onde mora, viu cenário de caos e se integrou aos resgates de pessoas e animais há três dias atrás (foto Esdras Andrade/divulgação) |
Um gabrielense conhecido por todos, relatou a trágica situação vivida em Porto Alegre e na região metropolitana, assim como em 80% dos municípios gaúchos. O comunicador e ator Gildo Lemos se uniu aos voluntários para socorrer as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, especialmente na capital. Em razão de problemas de comunicação e de seu envolvimento nos resgates, Gildo conversou com a reportagem do Portal Caderno7 via WhatsApp na manhã deste sábado (11). Ele relatou estar trabalhando até 13 horas por dia "lutando para salvar vidas".
Gildo, que está atuando no posto de salvamento montado junto à Usina do Gasômetro, na Orla do Guaíba, informou que chegou da Bolívia no dia 6 de maio. Devido às consequências das chuvas, precisou entrar na capital via Santa Catarina, pelo norte do estado. "Acompanhava as notícias sobre o Rio Grande do Sul durante a viagem, mas só me dei conta da gravidade quando cheguei a Porto Alegre. Me deparei com uma situação de colapso, parecia um cenário de filme apocalíptico", contou. Ao chegar, foi inicialmente impedido de entrar, mas após explicar que também atuava como socorrista, obteve permissão.
Sua residência no Centro Histórico ficou isolada pelas cheias. Gildo, como publicou nas redes sociais, disse: "Já que estou sem lar, com minha casa interditada e cheia de água, vou ajudar nos resgates". Ele começou a colaborar com os voluntários, mesmo enfrentando várias dificuldades. "Hoje está chovendo, é véspera do Dia das Mães. Quero relatar para todos de São Gabriel o quão surreal está aqui. Em poucos dias, já resgatamos vidas e animais variados, como gatos, cachorros, porcos e até um búfalo que precisei segurar no braço, pois estava muito agitado", afirmou, enfatizando que não temeu pelos riscos à própria vida.
"Graças a Deus, estamos aqui, carregando barcos, dando suporte aos jet skis, além de auxiliar o pessoal com as ferramentas. Trabalhamos 12 ou 13 horas por dia. Hoje começamos um pouco mais tarde e estamos exaustos, mas é gratificante ajudar e salvar vidas", declarou. Gildo acrescentou que encontrou vários ex-militares de São Gabriel e militares que estão na cidade para ajudar nas operações de resgate.
Finalizando, Gildo comentou que, sem moradia, está se adaptando como pode. "Durmo na casa de um conhecido, de outro, de outras pessoas. Ainda não fui para os abrigos porque estou focado no resgate das pessoas. Para mim, está sendo 'punk' sobreviver, mas somos guerreiros e não paramos nunca. Deus me colocou na linha de frente para ajudar quem precisa, para salvar vidas. Tenho saudades da minha Terra dos Marechais e do meu bairro Independência. Vou para uma guerra surreal. Que Deus ilumine a todos", concluiu.
Quem quiser ajudar Gildo pode entrar em contato pelo telefone/WhatsApp: (51) 98691-0773.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 11/05/2024 18h50
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