Neste 12 de julho, Paixão Cortes e Zeno Dias Chaves, baluartes do tradicionalismo, estariam completando 96 anos se estivessem vivos (fotos divulgação) |
Para que o tradicionalismo gaúcho dê certo é preciso que as gerações saibam reconhecer e preservar os legados que cultivam entre si. A 18ª Região Tradicionalista retrata hoje a importância de manter viva a memória e identidade da fronteira oeste do estado, através dos feitos e ensinamentos deixados por João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes e Zeno Dias Chaves. Ambos nascidos em 12 de julho de 1927, estariam completando 96 anos.
Paixão Côrtes, nascido em Santana do Livramento, era agrônomo, mas ficou conhecido por ser folclorista, compositor, radialista e pesquisador, sendo considerado o maior gaúcho de todos os tempos. É um dos personagens decisivos da cultura gaúcha e do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul. Sua participação inicia com o Piquete da Tradição, mais popularmente conhecido como o Grupo dos Oito, na realização da primeira Semana Farroupilha, a fundação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o 35 CTG e na fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Através das suas pesquisas folclóricas resgatou aspectos culturais do estado, ganhando reconhecimento nacional e internacionalmente. Em 2010 foi escolhido como patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Recebeu também a Ordem do Mérito Cultural.
Já tio Zeno, como era conhecido carinhosamente na Região, nascido em Caçapava do Sul, era pecuarista, político, historiador e escritor. No meio tradicionalista foi patrão, coordenador regional, conselheiro e presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e da Fundação Cultural Gaúcha. Foi fundador, primeiro vice-presidente e patrono da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, e um dos fundadores da Confederação Internacional da Tradição, tendo participado da maioria dos congressos de tradição gaúcha a nível estadual, nacional e internacional. Foi patrono da 10ª Feira do Livro de Caçapava do Sul. Teve dois livros editados. Ministrou cursos sobre História e Tradição para alunos de escolas públicas e fez inúmeras palestras. Gravou seriados e documentários para emissoras de televisão, sempre falando sobre a história do Rio Grande do Sul e seus costumes.
Dos diversos títulos que tanto Côrtes como Chaves obtiveram em vida, sabemos que suas trajetórias no movimento estão perpetuadas através do amor e estima que carregaram pela cultura gaúcha. Seus ensinamentos estão retratados na vivência entre os pais e filhos, avós e netos, parentes e amigos em todo Rio Grande do Sul, sempre com a esperança de que o verdadeiro significado seja regido por valores de humanidade, lealdade e igualdade para que haja um tradicionalismo unido e cordial.
Paixão faleceu em 27 de agosto de 2018, aos 91 anos. Já Zeno Chaves faleceu em 11 de julho de 2019, às vésperas de completar 92 anos.
Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações da 18ª RT
Data: 12/07/2023 18h28
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