ABUSOS SEXUAIS | Justiça marca audiência para investigar crimes sexuais envolvendo suposto médium em São Gabriel

Suposto médium que virou réu por crimes sexuais em São Gabriel está no Presídio Estadual desde o final de março; primeira audiência do caso acontece na quarta, 28 de junho (foto Marcelo Ribeiro/arquivo C7)

A Justiça de São Gabriel agendou a primeira audiência do caso que apura os crimes sexuais atribuídos ao suposto médium Carlos Cristiano Andrade Santos, de 49 anos. A audiência, que ouvirá as vítimas, acontecerá no Fórum da cidade a partir das 14 horas de 28 de junho, quarta-feira. Carlos encontra-se detido no Presídio Estadual de São Gabriel desde o final de março. Ele é acusado de cometer estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e importunação sexual. 

Os crimes foram qualificados pelo promotor de Justiça do Ministério Público de São Gabriel, Lucas Oliveira Machado como "prática de crime contra descendente, motivado por razões torpes, com o objetivo de controlar o comportamento sexual e social das vítimas, além de ocorrer no âmbito doméstico e familiar contra a mulher". Todas as denúncias foram feitas pelo Ministério Público de São Gabriel.

Segundo o promotor responsável pelo caso, Lucas Oliveira Machado, o acusado teria feito cinco vítimas, sendo que três delas são suas enteadas. Os abusos teriam ocorrido em São Gabriel entre os anos de 2010 e 2022. Carlos Cristiano Andrade Santos encontra-se preso preventivamente desde o dia 29 de março no Presídio Estadual de São Gabriel. Seu advogado de defesa é Bruno Seligman de Menezes, conhecido por atuar no caso da tragédia da boate Kiss.

Os abusos teriam sido cometidos durante atendimentos espirituais e cirurgias de curandeirismo realizados por Carlos Cristiano Andrade Santos em um centro espiritual de São Gabriel. Além disso, ele teria indicado medicamentos de uso controlado sem a devida prescrição médica. Segundo o Ministério Público, o acusado enganava as vítimas, fornecendo justificativas falsas para os abusos. 

Em um dos casos, o suposto médium teria afirmado a uma das vítimas que ela era infértil e que somente poderia resolver o problema se submetendo a ele. O promotor sustenta que somente após a vítima mais jovem atingir a maioridade é que vieram à tona os casos de importunação sexual envolvendo as enteadas do acusado.

Reportagem: Marcelo Ribeiro 

Data: 16/06/2023 12h18 

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