Um fato inusitado e que chocou a comunidade gabrielense foi a público nesta sexta-feira (31) dividindo opiniões. O CTG Sentinela do Forte teria sido intimado a desocupar sua sede, situada no interior da 13ª Companhia de Comunicações Mecanizada, onde integrantes nos últimos dias já não tinham acesso e que a decisão não foi esclarecida. Por seu lado, o comandante da unidade, Capitão Weiller de Ávila Cardoso, diz que a instituição não poderia mais ceder a sede para entidade por questão legal e que teriam 30 dias para isso.
Com 28 anos de história, o CTG sempre esteve nas dependências da unidade militar e em 1999, passou por uma grande reforma onde a sede de madeira e Santa Fé (vegetação usada na cobertura) por uma edificação de concreto e tijolos, na gestão do então Capitão (hoje General) Carlos Alberto Dahmer. Segundo informações de integrantes da entidade, a decisão do comandante não foi clara. "Só recebemos uma notificação via WhatsApp tarde da noite, mas mesmo assim ainda não foi clara. Os comandos anteriores sempre foram participativos e incentivavam a entidade, até agora não entendemos o motivo da decisão. Nós não representamos somente a entidade mas também a unidade militar, sempre vestimos sua camiseta", questionou a integrante Roberta Severo, que também é advogada e jurídico da entidade.
A ex-integrante Samara Garay, que fez parte da entidade, informou também que nos últimos meses, desde que o Capitão Ávila assumiu, a patronagem tentou diversas vezes audiências com o comandante, mas encontraram serias dificuldades para apresentar a entidade e conversar sobre este termo. Nos últimos dias, os acessos foram bloqueados para ensaios e foi dado o prazo anteriormente citado para retirada de tudo no prédio.
O QUE DIZ O COMANDANTE?
A reportagem do site Caderno7 entrevistou na manhã deste sábado (1º) o comandante da 13° Cia Com Mec, Capitão Weiller de Ávila Cardoso, sobre a questão envolvendo o CTG Sentinela do Forte e o mesmo alegou que é uma questão legal de término de contrato de permanência, que teria esgotado o prazo e deve ser licitado conforme determinação do Exército.
Capitão Ávila alega que contrato está vencido e que precisa fazer licitação para local |
Cardoso informou que o contrato estava vencido há cerca de cinco meses e tentou contato com a patronagem para renovação, e segundo ele, não tinha havido resposta. "O contrato tinha findado e precisamos fazer legalmente a licitação do local, conforme previsto em lei, sempre apoiamos o tradicionalismo, ficamos tristes com esta repercussão e distorção dos fatos", afirmando que a lei não permitia mais ceder o local à entidade.
"Demos um prazo de trinta dias para desocupação e já iniciamos um processo para estabelecimento de um processo visando atender os anseios da sociedade tradicionalista de São Gabriel", finalizou, não sendo claro se haveria possibilidade de entendimento com o CTG. Integrantes reforçam que os motivos não foram dados à eles e que inúmeras tentativas foram feitas de negociação e entendimento, sem sucesso.
Durante o Festival de Artes Gaúchas (FAG), que ocorrerá no Parque Tradicionalista Rincão das Carretas, neste domingo (2), entidades tradicionalistas de São Gabriel deverão usar lenços azuis, que é a cor da entidade, em apoio ao Sentinela e protesto contra a polêmica decisão que gerou fortes críticas na comunidade gabrielense.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 01/04/2023 17h23
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