Nova audiência do Caso Gabriel acontecerá na manhã desta terça-feira, 13 de dezembro, no Fórum de São Gabriel (foto arquivo C7) |
Mais uma etapa do Caso Gabriel terá andamento nesta terça-feira, 13 de dezembro, com a audiência de instrução criminal, que discutirá o mérito do processo, no Fórum de São Gabriel, a partir das 8h30. Esta audiência deverá colher testemunhos e provas por parte da Justiça comum.
Segundo informações, a audiência de instrução criminal deverá ouvir declarações do ofendido (no caso, familiares de Gabriel Marques Cavalheiro, morto em agosto após abordagem policial), inquirição das testemunhas de acusação, seguidas das testemunhas de defesa, além disso. É uma audiência diferente da cível.
O processo segue seu trâmite na Justiça Militar, para proceder a exclusão dos policiais - o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso - dos quadros da corporação e para que possam ser julgados pela Justiça comum.
RELEMBRE O CASO
Na noite de 12 de agosto, Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, tinha se perdido da casa de seu tio no Bairro Independência, onde estava residindo para realizar exames de admissão ao Exército na semana seguinte. Próximo da meia-noite, ele chegou na casa de uma vizinha na rua Sete de Setembro, que acionou a Brigada Militar porque segundo ela, ele queria forçar a entrada no local.
Os policiais militares chegaram ao local, algemaram e teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura da BM. Testemunhas afirmaram que ele foi atingido por "pelo menos dois ou três golpes de cassetete" e foi a última vez que ele foi visto com vida.
O tio dele deu falta no dia seguinte e informou a família, que iniciou as buscas e ao chegar junto à Brigada Militar, a corporação negou inicialmente e depois, corrigiram a informação, onde afirmaram que o jovem foi levado até o Lavapé, a 2 km de onde ele foi abordado, "a pedido dele".
As buscas foram feitas na região durante cinco dias e concentradas em um açude, até que no final da tarde de 19 de agosto, o corpo foi localizado submerso nas águas. Os três policiais foram imediatamente presos, após comoção popular e continuam detidos no Presídio Militar de Porto Alegre.
Os três policiais prestaram depoimentos em três ocasiões, sendo duas vezes para a BM e uma para a Polícia Civil. Em todas, eles negaram envolvimento no assassinato de Gabriel. Os laudos apontaram que Gabriel morreu vítima de hemorragia interna, causado por ação de "instrumento contundente" e os policiais foram indiciados no inquérito militar por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, a Polícia Civil indiciou os suspeitos por homicídio doloso triplamente qualificado.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 12/12/2022 20h21
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