Na tarde deste domingo (28), os pais do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, Anderson Cavalheiro e Rosane Marques, se manifestaram à imprensa em uma entrevista coletiva onde mais uma vez, pediram justiça pelo filho e realizaram várias considerações. Entre elas, agradecimento à comunidade e a Polícia Civil pela rapidez nas investigações, bem como cobranças à Brigada Militar para que investigue a responsabilidade dos três policiais militares que estão presos em Porto Alegre.
Rosane e Anderson relembraram como era o filho e questionaram por várias vezes porque os policiais militares negam ter sumido com Gabriel na noite de 12 de agosto. "Quando o Gabriel sumiu, chegamos aqui na noite de sábado, registramos ocorrência e procuramos a Brigada Militar no domingo, onde a versão foi sempre a mesma, que havia o registro da ocorrência deles mas que o Gabriel tinha pedido para ser deixado no Lavapé, o que é mentira. Queremos que falem a verdade", clamou Rosane.
O casal retorna para Guaíba neste domingo (28), após se despedir de Gabriel mais uma vez no Cemitério da Santa Casa e agradeceram o carinho da comunidade e o empenho da Polícia Civil. "Nos surpreendemos com a agilidade que a Polícia Civil está nos dando respostas e querendo esclarecer o caso o mais rapidamente possível, agradecemos muito o carinho e a força da comunidade gabrielense", comentou, agradecendo também o apoio da policial civil Raquel Biscaglia no momento das buscas, pelo apoio e força.
Os pais finalizaram cobrando respostas da Brigada Militar sobre o caso. Os três policiais estão presos em Porto Alegre e prestaram depoimentos à Polícia Civil no sábado e a Corregedoria da Brigada Militar (em andamento até o fechamento da reportagem), onde negam envolvimento no desaparecimento e morte do jovem.
Gabriel, que tinha 18 anos, foi abordado pelos três PMs no começo da madrugada do dia 13. Conforme testemunhas, o jovem foi espancado e levado algemado na viatura. Dados de GPS indicaram que o veículo foi para a localidade do Lavapé, distante dois quilômetros do local da abordagem. O corpo de Gabriel foi achado neste local uma semana depois, em 19 de agosto, submerso em um açude.
A Polícia Civil diz ter reunido na investigação elementos de crime doloso contra a vida e pediu a prisão dos policiais por homicídio duplamente qualificado. A Brigada Militar investiga a dupla por crimes previstos no Código Militar. No IPM, eles podem responder por tortura, falsidade ideológica e falso testemunho. O procedimento pode resultar em expulsão da corporação.
Perícias pendentes no Instituto-Geral de Perícias - sendo a principal delas a que vai determinar a causa da morte de Gabriel - devem estar concluídas nesta semana. A Polícia Civil também deve encerrar o inquérito até a próxima quinta-feira (1°).
Confira o vídeo da coletiva de imprensa concedida pelos pais de Gabriel:
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 28/08/2022 15h21
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