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31 agosto 2022

Caso Gabriel | Divulgadas conversas de PMs após abordagem a jovem

Reportagem da RBS TV revelou conteúdo de mensagens trocadas entre os policiais investigados pela morte de Gabriel, com o que eles falaram após a abordagem ao jovem; parte delas tinha sido apagada mas foi recuperada pela equipe de Perícias do MPRS (foto reprodução/RBS TV)

Nesta quarta (31), o Jornal do Almoço da RBS TV divulgou as conversas dos policiais militares envolvidos no desaparecimento e morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, ocorrido na noite de 12 e madrugada de 13 de agosto, em São Gabriel. Nas conversas, ficou claro o que os policiais fizeram, assim como combinação entre os mesmos enquanto acompanhavam o desenrolar das buscas à vítima. Os diálogos foram resgatados pelo Núcleo de Perícias do Ministério Público em aplicativos de mensagem usados pelos policiais, pois parte delas tinha sido apagada pelos investigados. 

Segundo a reportagem do Jornal do Almoço e RBS TV produzida por Vitor Rosa, as conversas mostraram os agentes ironizando o caso e mostrando preocupação com a investigação à medida que ela avançava. As mensagens foram trocadas principalmente entre os policiais Arleu Junior Cardoso Jacobsen (sargento) e Cleber Renato Ramos de Lima (um dos soldados).

A troca de mensagens é considerada uma das provas fundamentais na investigação, mas ainda há perguntas a serem respondidas. As principais são em que momento o corpo de Gabriel foi colocado dentro do açude e por que, já que a viatura ficou parada por pouco mais de um minuto durante a madrugada, tempo considerado insuficiente para que o corpo fosse levado até aquele ponto. O inquérito da Polícia Civil com esses detalhes deve ser finalizado nesta quinta-feira (1º).

A primeira delas, em 13 de agosto, foi entre Jacobsen e de Lima, onde este último mandou um print das buscas à Gabriel em uma rede social. Veja a descrição das conversas:

Jacobsen: "Culpa do gordinho... com a barriga cheia de Baurú... kkkkk", em tom de deboche
De Lima: "Perfeito"

O "gordinho" ao qual o sargento se referia é Raul Veras Pedroso, apontado por uma testemunha como responsável por desferir um tapa no rosto, algemar e desferir os golpes de cassetete em Gabriel que teriam causado sua morte. 

Outro diálogo, agora com a participação de Pedroso, foi feito com o policial De Lima:

Pedroso: "Não tá em 30" (código indicado para óbito)
"Tá SN"
"Chegou a comentar"
"Não comentei com ninguém"
"Tomara que não se lembre como chegou lá"
"Tomara que não dê ladaia isso aí" (ladaia é uma gíria que quer dizer o mesmo que problemas, consequências)
De Lima: "Eu não"
"Não sei" (respondendo ao questionamento de Pedroso sobre se a vítima não estaria em óbito)
Pedroso: "Eu também não"
"E se tivesse"
"Já tinham visto"
"Ali cruza carro direto"
De Lima: "Sim, no meio da rua"
Pedroso: "Sim"
De Lima: "Só se saiu e morreu de frio"
Pedroso: "Só se for"
"Mas acho que não"
"Ia seguir a estrada"
"Não ia largar pelos campos"
De Lima: "Ou se atiro no açude ali perto, haha"
Pedroso: "Só dá ladaia se aquela mulher da casa abrirem a boca" (se referindo às testemunhas que confirmaram os detalhes do fato em depoimentos)

Na madrugada de 14 de agosto, por volta das 3h, ambos voltam a conversar, já alarmados que o desaparecimento de Gabriel foi tornado público.
Pedroso: "Te ligaram do QTL" (quartel)
"Alguém viu o locl entrando na VTR" (viatura)
"A Civil já sabe"
"Ligaram para QTL para saber se era verdade"
"As mulher da casa lá a princípio"

Pedroso ainda diz que recebeu a informação de que Gabriel "estaria de volta no bairro Brasil tomando todas", mas o colega só fala sobre isso doze horas depois. Comenta que o jovem "tem que aparecer, de preferência, vivo". Mais tarde, no mesmo dia, por volta das 17h57, Pedroso chama Jacobsen para conversar, certamente preocupado com o andamento dos fatos.

Pedroso: "Opa"
"Tá por casa??"
"Recém cheguei de fora"
Jacobsen: "Sim"
Pedroso: "Posso ir aí trocar uma ideia?"
Jacobsen: "Claro"
Pedroso: "Vou aí então"

No dia 15, por volta das 12h25, Pedroso chama Jacobsen para saber sobre a situação, onde a esta altura, a família já buscou junto à Polícia o paradeiro de Gabriel.

Pedroso: "Eai"
"Qual a situação??"
Jacobsen: "Já falei com Ten. Gerson... à tarde vai falar com a família..."
Pedroso: "Vai dar em alguma coisa ou tá SN??"
Jacobsen: "Vamos ver nos próximos dias..."

Em 16 de agosto, o sargento avisa o soldado Pedroso que um morador possui imagens da viatura passando e informa o endereço e o número de celular caso ele quisesse "fazer a mão". O que quis dizer ainda não está claro. A reportagem da RBS TV ligou para este morador, que pediu para não se identificar.

"Ele esteve na segunda-feira aqui e pediu para olhar as câmeras, se tinha algum problema. Até então, não estava sabendo de nada, da função do brigadiano envolvido. Aí, mostrei pra ele as imagens, ele olhou, fez as anotações dele numa folha lá. Agradeceu, mas levou um tempo bom ali. Uma hora e meia, não tenho bem certeza, mas eu acho que uma hora e meia, quarenta minutos. Depois agradeceu e foi embora", diz. 

O morador informou que a pessoa em questão foi o sargento Jacobsen. A Corregedoria da Brigada Militar e a Polícia Civil também estiveram com este morador. No dia 17 de agosto, Pedroso acompanha as buscas feitas pelos bombeiros ao corpo e vai avisando o sargento. Avisa que uma rádio informou que acharam a jaqueta. O sargento questiona se foi na barragem.

No mesmo dia, o soldado mandou mensagem para o sargento dizendo que precisavam se mexer e pensar juntos agora. Eles combinam de manter o que foi declarado em depoimento, de que deixaram o rapaz no local e seguiram trabalhando durante a madrugada. Pedroso também fala que eles precisam conversar com a advogada Vania. Confira as mensagens, trocadas por volta das 10h14:

Pedroso: envia um print das fotos do local das buscas para Jacobsen
Pedroso: "A FT veio com os cachorro"
"Tô aqui na advogada"
"Na rádio diz que já acharam a jaqueta"
Jacobsen: "Perto da barragem?"
Pedroso: "Não sei, só ouvi que acharam a jaqueta"
"E que os cachorros deram sinal em direção à barragem"
"Bombeiros estão na água"
"Fazendo buscas"

Neste trecho, os policiais começam a combinar de "pensar junto", o que indica as negativas do crime, onde De Lima entra na conversa:
Pedroso: "Temos de ligar para Vanea" (Vânia Barreto, que representa no caso os policiais Pedroso e De Lima)
"Temos que se mexer"
"Mas precisamos pensar junto agora"
De Lima" "Sim"
"Como foi nosso depoimento... Não fizemos nada"
"A não ser dar uma 44 para tirar o cara do local da OC" (44 seria ocorrência de tumulto no código policial)
Pedroso: "No local onde ele disse que queria ir"
De Lima: "Perfeito"
"Fizemos esta 44 e fomos embora trabalhar o resto da madrugada..."
Pedroso: "Sim"

Estas últimas mensagens foram referente ao argumento de que os policiais teriam levado Gabriel até o Lavapé "a pedido dele, que queria encontrar uma prima nas proximidades", o que foi desmentido pela família e as evidências.

Com a intensificação das buscas, não há registro de troca de mensagens em 18 de agosto. A última vez que os soldados teriam falado sobre o caso por mensagem é no dia 19. Naquele mesmo dia, o corpo de Gabriel foi encontrado à tarde e, de noite, os três policiais foram presos.

Sobre a troca de mensagens, o advogado Ivandro Bittencourt, que defende o sargento Jacobsen, afirmou que o cliente é inocente e que só foi atrás das imagens porque pediram. Ele também disse que não perguntou ao cliente o motivo dele ter apagado as mensagens. Sobre ter acompanhado as buscas a Gabriel enquanto ele estava desaparecido, disse que foi "por preocupação". A advogada dos soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso, que é citada nas conversas, foi procurada pela reportagem, mas não atendeu as ligações.

A investigação interna da BM foi entregue à Justiça Militar ainda na segunda-feira. Foi aberto um conselho de disciplina que pode resultar na exclusão dos policiais. Nesta quarta (31), a BM, procurada pela reportagem da RBS TV, disse que não vai se manifestar a respeito.

Segundo a RBS, o MP disse que só vai se pronunciar após a denúncia contra os PMs ser oferecida à Justiça. O Tribunal de Justiça Militar disse que não vai comentar sobre etapas do processo enquanto os inquéritos estiverem com o MP. 

Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações da RBS TV 
Data: 31/08/2022 14h51 
Contato da Redação: (55) 996045197 / 991914564 
E-mail: blogcadernosete@gmail.com 
jornalismo@caderno7.com
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