Polícia Civil prendeu homem de 45 anos indiciado pelo homicídio de Roque Scherner, 42 anos, ocorrido em junho deste ano (fotos divulgação) |
A delegada Carem Adriana Silva do Nascimento, titular da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) esteve como substituta na Delegacia de Candiota, órgão que investiga o homicídio, e priorizou que o caso fosse esclarecido com agilidade e rapidez. Após investigações e diligências, a delegada representou por um mandado de prisão preventiva, que foi determinada pelo Poder Judiciário, onde o autor foi detido e conduzido ao Presídio Regional de Bagé (PRB). Nesta semana, o inquérito policial foi remetido à Justiça.
Histórico de violência doméstica
A delegada ressalta que o autor possui histórico de violência doméstica em mais de um relacionamento. O indivíduo que assassinou Scherner era ex-companheiro da mulher que vivia maritalmente com a vítima. "Isso também demonstra sentimento de posse em relação à mulher", destaca.
Delegada Carem Nascimento detalhou informações do inquérito policial que levou à prisão do indiciado |
Outra testemunha mencionou que estava voltando do trabalho e avistou o carro da vítima estacionado na estrada. Quando se aproximou, viu o corpo da vítima. “Foi ele que acionou o filho da vítima e socorreram Scherner. No momento que a vítima viu o filho, teria dito quem foi o autor do disparo que o atingiu. Então, ele foi levado até o hospital da Colônia Nova e depois para a Santa Casa de Caridade de Bagé. Foi submetido a cirurgia, mas não resistiu”, enfatiza a delegada.
Mais testemunhas
Uma criança, filha do acusado, foi testemunha do crime, porém quem foi ouvida foi a mãe. “Representamos pelo depoimento especial a ser realizado em juízo. A mãe da criança é ex-mulher do investigado e viveu 18 anos com ele. Com ela também tem histórico de violência doméstica”, informa Carem.
As informações testemunhais são que o autor avistou a vítima em seu carro, perseguiu, ultrapassou e forçou a parada da vítima. Após, ele pegou uma espingarda e disparou dois tiros. Além disso, ainda desferiu golpes com a coronha da arma e teria ido embora dizendo que a vítima tinha que morrer. Após cometer o crime, o investigado deixou a criança com vizinhos
Tipificação do crime
A delegada Carem explica que o investigado foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. “Por motivo fútil, em razão do ciúme e não aceitar o término do relacionamento; por meio cruel, devido as diversas lesões que a vítima sofreu, inclusive sofrendo lesões após ter caído; e recurso que dificultou a defesa da vítima, porque foi de imediato, sem a vítima ter tempo de reagir. Ele também foi indiciado por submeter criança ou adolescente sob sua autoridade , guarda ou vigilância, a vexame ou constrangimento . Isso por ter cometido o crime de homicídio na frente de uma criança.
Agressões devem ser denunciadas
O investigado tem vasto histórico de agressões. Inclusive, com a ex-mulher, a qual viveu cerca de 18 anos. Conforme boletins de ocorrências, ela relatou que foi agredida fisicamente várias vezes, porém, nunca havia registrado. Ela era mantida, praticamente, em cárcere privado, pois ele não permitia que ela saísse e nem visitasse a família.
A mulher que era atual companheira da vítima, também registrou várias ocorrências contra o investigado na época que tinham um relacionamento. O homem ainda possui outras passagens pela polícia como, por exemplo, tentativa de homicídio.
A delegada Carem salienta que o objetivo dessas informações não é expor ninguém, muito pelo contrário, a ideia é justamente alertar que um relacionamento abusivo precisa ser denunciado. “A violência doméstica precisa ser denunciada, as vítimas precisam de apoio para conseguir pedir ajuda, senão as vítimas ficam nas mãos dos agressores. Isso destrói as famílias e resultam em tragédias, que muitas vezes atingem também terceiros”, encerra.
Reportagem: Anderson Ribeiro/Especial C7
Data: 17/07/2020 10h21
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