Dorotéo Fagundes
Colunista do site
ESTÂNCIA VELHA
Não há imagem mais campeira do que uma estância velha, alquebrada, plantada no meio da PAMPA, (palavra do idioma quíchua que significa – planura), por tanto não existe o Pampa, e sim o campo da Pampa que inspira qualquer um e muito mais, um poeta como o velho Telmo de Lima Freitas que escreveu, das tantas obras consagradas, esta intitulada Vento Minuano que diz assim: Nestas planuras do Rio Grande aonde existe / Um cantor que é bem mais triste / Que o cantar do meu violão / Deixa semente de saudade quando passa / Se mesclando na fumaça / Da minha imaginação / Ouço cantigas é Minuano me pedindo / Que os caminhos vão se abrindo / Pra passar minhas canções / Levando ao mundo a maior fraternidade / Sendo o elo da bondade pra todos os corações...
Pois é esse elo de bondade que se espelha numa estância velha, com laranjeiras na volta, galpão, cusco, petiço, poço, cata-vento - gemendo por falta de graxa, uma vaca mansa do leite, canto dos pássaros e um casal de yandú, (o nosso avestruz), no potreiro da frente, dando gambeta nos guris e nos cachorros caçadores de perdiz, tatú e lebre.
Tanta beleza regional reunida numa imagem só, foi que há poucos quilômetros de Porto Alegre, formou-se uma cidade que manteve o nome de Estância Velha, desde quando era distrito de São Leopoldo, justificadamente para homenagear tudo o que mais de bem representa a cultura estadual. Essas terras do lado direito do Rio dos Sinos, fora propriedade do Governo Imperial, antes, morada dos índios de várias tribos há mais de mil anos, conforme a arqueologia constatou.
Em 1788, com a instalação da Real Feitoria do Cânhamo, a esquerda do Rio dos Sinos, com a meta de se produzir cordames para navios, criou-se um povoamento luso e luso-brasileiro, espalhando-se dezenas de fazendas na redondeza, entre elas a Boa Vista, (hoje cidade de Portão), a Bom Jardim (Ivoti) e a Estância Velha de ontem e de hoje, que também fora conhecida como Entrada de Bom Jardim. Em 1939, passou a denominar-se Genuíno Sampaio, que foi um Coronel com grande atuação no caso dos muckers, em Sapiranga. Entretanto, este nome não teve êxito, e o povoado voltou a chamar-se Estância Velha, já em 1950, até que em 1959, no dia 8 de setembro o distrito desmembra-se de São Leopoldo, obtendo autonomia política, e sem perder suas raízes cresceu, tendo hoje aproximadamente 50 mil habitantes, seguindo seu destino comandado pelas mãos da prefeita - Maria Ivete Godoy Grade, que decerto promoverá grande semana municipal, para comemorar os 60 anos, da nova Estância Velha.
Para pensar: Todas as cidades gaúchas, um dia foram campo de uma estância e hoje, fazem parte da grande fazenda chamada Rio Grande do Sul a mais velha de todas as estâncias pampianas.
Colunista do site
ESTÂNCIA VELHA
Não há imagem mais campeira do que uma estância velha, alquebrada, plantada no meio da PAMPA, (palavra do idioma quíchua que significa – planura), por tanto não existe o Pampa, e sim o campo da Pampa que inspira qualquer um e muito mais, um poeta como o velho Telmo de Lima Freitas que escreveu, das tantas obras consagradas, esta intitulada Vento Minuano que diz assim: Nestas planuras do Rio Grande aonde existe / Um cantor que é bem mais triste / Que o cantar do meu violão / Deixa semente de saudade quando passa / Se mesclando na fumaça / Da minha imaginação / Ouço cantigas é Minuano me pedindo / Que os caminhos vão se abrindo / Pra passar minhas canções / Levando ao mundo a maior fraternidade / Sendo o elo da bondade pra todos os corações...
Pois é esse elo de bondade que se espelha numa estância velha, com laranjeiras na volta, galpão, cusco, petiço, poço, cata-vento - gemendo por falta de graxa, uma vaca mansa do leite, canto dos pássaros e um casal de yandú, (o nosso avestruz), no potreiro da frente, dando gambeta nos guris e nos cachorros caçadores de perdiz, tatú e lebre.
Tanta beleza regional reunida numa imagem só, foi que há poucos quilômetros de Porto Alegre, formou-se uma cidade que manteve o nome de Estância Velha, desde quando era distrito de São Leopoldo, justificadamente para homenagear tudo o que mais de bem representa a cultura estadual. Essas terras do lado direito do Rio dos Sinos, fora propriedade do Governo Imperial, antes, morada dos índios de várias tribos há mais de mil anos, conforme a arqueologia constatou.
Em 1788, com a instalação da Real Feitoria do Cânhamo, a esquerda do Rio dos Sinos, com a meta de se produzir cordames para navios, criou-se um povoamento luso e luso-brasileiro, espalhando-se dezenas de fazendas na redondeza, entre elas a Boa Vista, (hoje cidade de Portão), a Bom Jardim (Ivoti) e a Estância Velha de ontem e de hoje, que também fora conhecida como Entrada de Bom Jardim. Em 1939, passou a denominar-se Genuíno Sampaio, que foi um Coronel com grande atuação no caso dos muckers, em Sapiranga. Entretanto, este nome não teve êxito, e o povoado voltou a chamar-se Estância Velha, já em 1950, até que em 1959, no dia 8 de setembro o distrito desmembra-se de São Leopoldo, obtendo autonomia política, e sem perder suas raízes cresceu, tendo hoje aproximadamente 50 mil habitantes, seguindo seu destino comandado pelas mãos da prefeita - Maria Ivete Godoy Grade, que decerto promoverá grande semana municipal, para comemorar os 60 anos, da nova Estância Velha.
Para pensar: Todas as cidades gaúchas, um dia foram campo de uma estância e hoje, fazem parte da grande fazenda chamada Rio Grande do Sul a mais velha de todas as estâncias pampianas.