Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Como se já não bastassem todas as notícias diárias sobre desmandos e flagrantes de corrupção que invadem os telejornais e inundam as casas brasileiras de pessimismo e cansaço, um fato absolutamente inacreditável jogou sombras sobre a democracia nesta terça-feira, quando o Senado foi tomado pelas trevas. Cinco senadoras, usando uma estratégia da Via Campesina, tomaram de assalto a Mesa Diretora do Senado, partindo para um ato de arbítrio e de violência, dizendo que só devolveriam o comando dos trabalhos se a votação transcorresse do jeito que elas queriam. O presidente do senado mandou cortar as luzes do plenário, elas comeram quentinhas sob a luz dos seus aparelhos celulares. Eunício Oliveira mandou cortar a luz, mas a escuridão verdadeira tinha tomado conta do Senado quando estas senhoras resolveram partir para o arbítrio e agredir o Parlamento. Goste-se ou não de suas deliberações ou de seus representantes, impedir o funcionamento de uma das Casas Legislativas só porque não se gosta de uma decisão, é típico de quem não reconhece a força dos argumentos, e só conhece o argumento da força.
Decidia-se a respeito da Reforma Trabalhista, que acabou sendo aprovada por larga margem – 50 votos a 26. Se fosse uma emenda constitucional, e não uma simples lei ordinária, também teria passado, dada a dimensão do placar, o que prova que o governo Temer pode não estar tão morto quanto sugere a Rede Globo. Independente de simpatias ou afinidades políticas, a aprovação da reforma trabalhista é um grande avanço a ser comemorado por toda a sociedade brasileira. Não, ela não é perfeita,e contém muitos equívocos, a começar pela proposta que extingue a contribuição sindical, afetando também entidades patronais em um país onde a cultura associativa ainda é escassa. Mas sim, ela produzirá avanços importantes, como o reconhecimento da validade de acordos diretos entre empregadores e representações dos trabalhadores, a formalização de formas modernas de trabalho como o “home Office” e a terceirização, e o reconhecimento da necessidade de regras distintas para o trabalho no campo e na cidade – uma antiga reivindicação da classe rural. Menos dinheiro com a burocracia para contratação, é mais dinheiro na mão do empreendedor e mais possibilidade de empregos, na cidade e no campo.
O próximo desafio é o da Reforma Previdenciária, que não será fácil. Hipocritamente, muitas pessoas dizem que são a favor de alguma reforma na previdência, mas não dessa que está aí, como se houvesse outra. Não há. A oposição não propôs outra, até porque esteve 13 anos no poder e só agravou o problema, taxando os inativos. Pode-se dizer que também não é a ideal, mas é a reforma possível na conjuntura adversa que temos. Os fatos lamentáveis ocorridos no Senado já mostraram quem é o setor contrário – o mesmo que deixou o Senado no escuro por algumas horas, e o país nas sombras por mais de uma década.
Que as reformas prossigam. Das trevas para a luz.
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Como se já não bastassem todas as notícias diárias sobre desmandos e flagrantes de corrupção que invadem os telejornais e inundam as casas brasileiras de pessimismo e cansaço, um fato absolutamente inacreditável jogou sombras sobre a democracia nesta terça-feira, quando o Senado foi tomado pelas trevas. Cinco senadoras, usando uma estratégia da Via Campesina, tomaram de assalto a Mesa Diretora do Senado, partindo para um ato de arbítrio e de violência, dizendo que só devolveriam o comando dos trabalhos se a votação transcorresse do jeito que elas queriam. O presidente do senado mandou cortar as luzes do plenário, elas comeram quentinhas sob a luz dos seus aparelhos celulares. Eunício Oliveira mandou cortar a luz, mas a escuridão verdadeira tinha tomado conta do Senado quando estas senhoras resolveram partir para o arbítrio e agredir o Parlamento. Goste-se ou não de suas deliberações ou de seus representantes, impedir o funcionamento de uma das Casas Legislativas só porque não se gosta de uma decisão, é típico de quem não reconhece a força dos argumentos, e só conhece o argumento da força.
Decidia-se a respeito da Reforma Trabalhista, que acabou sendo aprovada por larga margem – 50 votos a 26. Se fosse uma emenda constitucional, e não uma simples lei ordinária, também teria passado, dada a dimensão do placar, o que prova que o governo Temer pode não estar tão morto quanto sugere a Rede Globo. Independente de simpatias ou afinidades políticas, a aprovação da reforma trabalhista é um grande avanço a ser comemorado por toda a sociedade brasileira. Não, ela não é perfeita,e contém muitos equívocos, a começar pela proposta que extingue a contribuição sindical, afetando também entidades patronais em um país onde a cultura associativa ainda é escassa. Mas sim, ela produzirá avanços importantes, como o reconhecimento da validade de acordos diretos entre empregadores e representações dos trabalhadores, a formalização de formas modernas de trabalho como o “home Office” e a terceirização, e o reconhecimento da necessidade de regras distintas para o trabalho no campo e na cidade – uma antiga reivindicação da classe rural. Menos dinheiro com a burocracia para contratação, é mais dinheiro na mão do empreendedor e mais possibilidade de empregos, na cidade e no campo.
O próximo desafio é o da Reforma Previdenciária, que não será fácil. Hipocritamente, muitas pessoas dizem que são a favor de alguma reforma na previdência, mas não dessa que está aí, como se houvesse outra. Não há. A oposição não propôs outra, até porque esteve 13 anos no poder e só agravou o problema, taxando os inativos. Pode-se dizer que também não é a ideal, mas é a reforma possível na conjuntura adversa que temos. Os fatos lamentáveis ocorridos no Senado já mostraram quem é o setor contrário – o mesmo que deixou o Senado no escuro por algumas horas, e o país nas sombras por mais de uma década.
Que as reformas prossigam. Das trevas para a luz.