Seguindo o tema do jogo da "Baleia Azul" e para orientar pais e filhos para que não possam entrar neste jogo que tem como único objetivo ampliar o sofrimento das famílias e levar seus usuários a um triste final, nesta semana, conversamos com uma especialista sobre o tema. A psicóloga especialista em infância e família Isis Alves de Carvalho (CRP 07/21422), de Santa Maria, conversou com a gente sobre este tema que coloca especialistas e autoridades em alerta no Brasil.
Confira esta entrevista com Isis, feita online e compartilhe estas orientações para que mais pais possam tomar conhecimento da gravidade dos fatos e cuidar dos seus filhos:
Como os profissionais do setor estão vendo o caso da “baleia azul”?
O tema exige seriedade, uma vez que o jogo é visto como novidade, desafio e a transgressão das regras estão intimamente ligados à adolescência, o que faz dos jovens um grupo de risco mais suscetível à participação do jogo. As pessoas que criam e mantêm o jogo, têm um perfil igualmente preocupante. São pessoas sádicas que se divertem vendo o sofrimento de outras pessoas e, o que esse jogo faz, é reunir um público, composto principalmente de adolescente, muitos dos quais já enfrentam sofrimentos psicológicos que incluem o processo de luto e princípio de depressão.
A prevenção é clara: os pais devem conversar com os filhos desde os primeiros anos de vida, criando-se um vínculo que se mantém na adolescência, e evita que casos extremos como o jogo “Baleia Azul” tenham efeitos nocivos sobre o jovem.
O que pode ser feito para que as crianças e adolescentes possam ser ajustados para evitar ou até mesmo sair desse jogo perigoso?
Os pais devem mostrar-se interessados pela rotina do filho, sendo um desejo genuíno, e não momentâneo por causa da repercussão do “Jogo da Baleia”. Eles devem conhecer a rotinas dos filhos, entender o que fazem, bem como conhecer os amigos; O diálogo é fundamental. Filhos devem ser acolhidos no ambiente familiar, sentindo-se a vontade para falar de suas frustrações e, logo, apoiados. Se existir um espaço de escuta, sentiram-se protegidos; A escola também pode ajudar a identificar situações de risco, uma vez que a ela contribui na construção de laços e tem papel de perceber como os alunos se desenvolvem. Nesse sentido, pode-se pensar em alternativas para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidar da vida.
Como agir para ajudar um adolescente com depressão? Porque, por vezes, a situação acaba sendo vista como uma “piada” ou “frescura” por alguns?
A primeira atitude é conversar com o adolescente. Os pais devem atrair a confiança do filho por meio do diálogo franco e aberto, sem qualquer tipo de repressão para que no primeiro sinal de perigo, o jovem sinta-se à vontade para procurar ajuda. De uma maneira carinhosa e compreensiva, compartilhe com ele as preocupações enquanto pais, fazendo entender que está disponível para ajudá-lo. Por vezes, é difícil falar sobre esse assunto com o jovem, porém, não deve-se desistir, mas também respeitar o seu tempo. Não ignore os sentimentos do adolescente, mesmo que pareçam irracionais e disparatados. Procure um especialista, seja psicólogo e/ou psiquiatra para um diagnóstico aprofundado e tratamento.
A situação também é vista como “piada”, uma vez que, determinadas pessoas, não enxergam que esses jovens podem estar passando por situações de vulnerabilidade. Pode-se presumir que, dificilmente, um jovem que não tenha um quadro de vulnerabilidade anterior se deixe levar por algo assim. Um jogo que envolve mutilação e suicídio vai atrair esse público.
Pode dar dicas de como identificar uma criança ou jovem que esteja neste jogo ou passando por qualquer situação referente a depressão, o que pode ser feito?
Analise comportamentos estranhos dos jovens como isolamento, diminuição do interesse por atividades, agitação ou apatia, irritabilidade ou instabilidade, alteração do ritmo de sono e do apetite, dificuldades de concentração, uso de drogas e pensamentos suicidas; O silêncio também deve ser observado, além da introspecção e fuga de diálogos; e, Atente-se ao corpo do jovem, se existe sinais de mutilação ou queimaduras e se ele está usando camisas de manga comprida para evitar a exposição dessas marcas;
Considerações finais?
Atividades virtuais desse tipo deveriam ser censuradas. Para quem tem um tipo de transtorno metal, isso é um campo aberto para a ocorrência de problemas. Baleia Azul é uma forma de se banalizar a violência.
Ao proibir os filhos de acessar computador e celular, os pais não contribuem para evitar que os jovens não tenham acesso a esse tipo de grupo. Confiscar o celular compromete o vínculo entre família e não ajuda no tratamento. É preciso uma conversa franca e acompanhamento, se necessário, em casos de depressão, de profissionais especializados.
Isis orienta pais a manter diálogo permanente com os filhos desde os primeiros anos de vida (foto arquivo pessoal) |
Como os profissionais do setor estão vendo o caso da “baleia azul”?
O tema exige seriedade, uma vez que o jogo é visto como novidade, desafio e a transgressão das regras estão intimamente ligados à adolescência, o que faz dos jovens um grupo de risco mais suscetível à participação do jogo. As pessoas que criam e mantêm o jogo, têm um perfil igualmente preocupante. São pessoas sádicas que se divertem vendo o sofrimento de outras pessoas e, o que esse jogo faz, é reunir um público, composto principalmente de adolescente, muitos dos quais já enfrentam sofrimentos psicológicos que incluem o processo de luto e princípio de depressão.
A prevenção é clara: os pais devem conversar com os filhos desde os primeiros anos de vida, criando-se um vínculo que se mantém na adolescência, e evita que casos extremos como o jogo “Baleia Azul” tenham efeitos nocivos sobre o jovem.
O que pode ser feito para que as crianças e adolescentes possam ser ajustados para evitar ou até mesmo sair desse jogo perigoso?
Os pais devem mostrar-se interessados pela rotina do filho, sendo um desejo genuíno, e não momentâneo por causa da repercussão do “Jogo da Baleia”. Eles devem conhecer a rotinas dos filhos, entender o que fazem, bem como conhecer os amigos; O diálogo é fundamental. Filhos devem ser acolhidos no ambiente familiar, sentindo-se a vontade para falar de suas frustrações e, logo, apoiados. Se existir um espaço de escuta, sentiram-se protegidos; A escola também pode ajudar a identificar situações de risco, uma vez que a ela contribui na construção de laços e tem papel de perceber como os alunos se desenvolvem. Nesse sentido, pode-se pensar em alternativas para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidar da vida.
Como agir para ajudar um adolescente com depressão? Porque, por vezes, a situação acaba sendo vista como uma “piada” ou “frescura” por alguns?
A primeira atitude é conversar com o adolescente. Os pais devem atrair a confiança do filho por meio do diálogo franco e aberto, sem qualquer tipo de repressão para que no primeiro sinal de perigo, o jovem sinta-se à vontade para procurar ajuda. De uma maneira carinhosa e compreensiva, compartilhe com ele as preocupações enquanto pais, fazendo entender que está disponível para ajudá-lo. Por vezes, é difícil falar sobre esse assunto com o jovem, porém, não deve-se desistir, mas também respeitar o seu tempo. Não ignore os sentimentos do adolescente, mesmo que pareçam irracionais e disparatados. Procure um especialista, seja psicólogo e/ou psiquiatra para um diagnóstico aprofundado e tratamento.
A situação também é vista como “piada”, uma vez que, determinadas pessoas, não enxergam que esses jovens podem estar passando por situações de vulnerabilidade. Pode-se presumir que, dificilmente, um jovem que não tenha um quadro de vulnerabilidade anterior se deixe levar por algo assim. Um jogo que envolve mutilação e suicídio vai atrair esse público.
Pode dar dicas de como identificar uma criança ou jovem que esteja neste jogo ou passando por qualquer situação referente a depressão, o que pode ser feito?
Analise comportamentos estranhos dos jovens como isolamento, diminuição do interesse por atividades, agitação ou apatia, irritabilidade ou instabilidade, alteração do ritmo de sono e do apetite, dificuldades de concentração, uso de drogas e pensamentos suicidas; O silêncio também deve ser observado, além da introspecção e fuga de diálogos; e, Atente-se ao corpo do jovem, se existe sinais de mutilação ou queimaduras e se ele está usando camisas de manga comprida para evitar a exposição dessas marcas;
Considerações finais?
Atividades virtuais desse tipo deveriam ser censuradas. Para quem tem um tipo de transtorno metal, isso é um campo aberto para a ocorrência de problemas. Baleia Azul é uma forma de se banalizar a violência.
Ao proibir os filhos de acessar computador e celular, os pais não contribuem para evitar que os jovens não tenham acesso a esse tipo de grupo. Confiscar o celular compromete o vínculo entre família e não ajuda no tratamento. É preciso uma conversa franca e acompanhamento, se necessário, em casos de depressão, de profissionais especializados.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: XX/XX/2017 XXhXX
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