Legislativo gabrielense está sendo questionado por redução de salários. Presidência afirma que nenhum reajuste foi concedido e que despesas estão sendo cortadas (foto arquivo C7) |
Campanha nas redes sociais pede redução de salários dos parlamentares. Presidência da Câmara diz que "não reajustou vencimentos e manteve congelamento de valores"
Após a virada do ano, uma questão polêmica voltou à tona, ainda mais com a crise financeira que aflige São Gabriel. A discussão da redução dos salários dos vereadores - atualmente estimada em mais de R$ 8 mil, segundo os ativistas de movimento que defende a redução - foi retomada recentemente nos últimos dias, o que vem sendo debatido nas redes sociais. Questionado sobre isso, o Presidente da Câmara de Vereadores, Claudiomiro Borges (PR), se manifestou sobre o assunto à reportagem do Caderno7 e também fomos trazer a situação atual do movimento.
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Movimento tem tido forte divulgação na rede social Facebook (foto divulgação) |
Ele propõe a redução do valor de R$ 8.542,89 para R$ 3.542,49, a perda do 13º salário e a verba de representação do presidente, que segundo ele, seria de R$ 2.100,00. "Assim, economizaríamos R$ 1.050.200,00 por ano, valor suficiente para realizar o carnaval, resolver o problema dos ar condicionados nas escolas e o resgate da ética na política. Convidamos os interessados para debater sugestões e opiniões", finalizou. Grupos foram criados para debater a questão, mas ainda não houve uma manifestação fora das redes sociais até o momento.
Claudiomiro: "Não reajustamos nossos vencimentos, congelamos tudo e estamos cortando despesas"
A reportagem entrou em contato com o Presidente da Câmara, Claudiomiro Borges (PR, foto ao lado), para saber a respeito da questão. Ele disse que há muitas coisas que segundo ele, estão "equivocadas na comunidade" e sendo "difundidas de forma errada" e que o Prefeito, Vice, Secretários e Vereadores não tiveram reajuste no último ano e o valor ficará congelado pelos próximos quatro anos.
"Somos solidários ao momento que o município passa, viemos cortando gastos desnecessários para fazer nossa parte, mas nesta questão dos salários, não recebemos o valor que alegam", frisando que cerca de 40 a 50% do salário bruto é descontado em impostos como Imposto de Renda, INSS, contribuições sindicais e partidárias, onde na realidade os vereadores recebem metade do valor propalado na comunidade.
Claudiomiro disse que a redução de gastos é um dos principais objetivos. "Tivemos este ano por exemplo, um corte de 50% nas diárias, onde só será concedido o que realmente for necessário, para treinamentos e qualificações justificadas, além de redução de gastos. Faremos por exemplo, a pintura do prédio da Câmara em parceria com o Exército Brasileiro, mas ao contrário do que é dito aí fora, não aumentamos valor algum e manteremos este mesmo valor durante os próximos quatro anos, em sensibilidade com o difícil momento econômico do Executivo. Este valor não tem alteração desde 2013, não há correção alguma", dizendo ainda que as portas do Legislativo estão abertas para qualquer esclarecimento e prestação de contas.
Sobre a redução de salários, o parlamentar foi bem claro que isso só será possível se o exemplo "vier de cima". "Se os deputados e senadores reduzirem seus salários, faremos o mesmo, porque isso é determinado por lei, mas por questão de contenção de despesas e ética, não reajustamos nossos vencimentos e recebemos menos do que o que é falado. As portas do Legislativo estão abertas para qualquer dúvida da comunidade", finalizando que irá disponibilizar um termo de compromisso para o vereador que quiser abrir mão do seu salário e doar para uma entidade, com desconto em folha.
"Nós fazemos pensando em nossa comunidade, sabemos que somos criticados lá fora, mas quantos vieram se informar da realidade? Por isso que fazemos este convite para que tirem as dúvidas", concluiu. Vamos acompanhar a questão.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 18/01/2017 23h05
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