Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Dizem os estudiosos de História e, que a arquitetura das capitais costuma dizer muito a respeito dos ideais e valores em que uma Nação é fundada. Estive por duas vezes em Washington, e sempre fiquei impressionado com a chocante simplicidade da Casa Branca, um edifício extremamente modesto. Vim saber que foi construído assim de forma proposital – para contrastar com a exuberância e fausto do Palácio de Buckhingham, sede da monarquia britânica. Enquanto a monarquia era o símbolo do luxo e do desperdício, a república americana teria na Casa Branca um símbolo de austeridade e respeito com o dinheiro público. E de fato, essa característica parece entranhada na vida norte-americana, onde os cidadãos não costumam ter nada contra luxuosos edifícios de corporações privadas, mas não vêem com bons olhos a gastança e o fausto no setor público, que, afinal de contas, sobrevive dos recursos de todos.
Não por acaso, cá na nossa “terra brasilis”, a austeridade pública nunca foi um patrimônio da nossa cultura, sempre mais vinculada ao gigantismo de um estado que tudo pode e tudo provê. Desnecessário referir a nossa herança relacionada ao patrimonialismo português, mais visível nos tempos em que o Rio de Janeiro era nossa flamante capital. Brasília, fruto do delírio de grandeza de um estado sempre com complexo de auto-estima, saiu da pena de um arquiteto apaixonado pelo bolchevismo. Na cidade em formato de avião, o Palácio do Planalto está na “cabine de comando”. Na tradição brasileira, é o Estado quem conduz a sociedade, e não o contrário.
É por isso que falar em austeridade, corte de gastos, equilíbrio de receita e despesa, soa ofensivo para um governo federal que, diante da crise econômica, só quer saber de aumentar impostos. Em um governo com 39 ministérios reduzidos recentemente para 31 e com a manutenção de todos os seus cargos, com gastos exorbitantes de cartões corporativos e milhares de sinecuras, a presidenta diz que “não dá para cortar mais nada”. E a conta da sangria, da obsessão pela CPMF, da gastança, vai para um setor produtivo cada vez mais exaurido pela recessão. Nossa presidenta, a cada deslocamento para a ONU ou outro destino internacional, leva um séquito de assessores maior que o da Rainha da Inglaterra – a líder da mesma monarquia que um dia a nação americana desejou se contrapor.
Mas a história também mostra que arquitetura não é destino. Aqui ao lado, na Argentina, um presidente vindo do empresariado está provando ser possível reverter séculos de tradição estatista, simbolizada na exuberância da Casa Rosada. Cortando impostos, diminuindo o tamanho do estado, eliminando a burocracia e introduzindo normas de eficiência na máquina pública, o país caminha para ultrapassar o Brasil como maior destino de investimentos estrangeiros da América. Na sociedade brasileira, são crescentes os sinais de indignação com um poder público voraz, cujo apetite por dinheiro nunca se sacia. O clamor das pessoas é por um estado mais efetivo, mais justo e mais decente.
Estaremos a caminho de ver a sociedade assumindo o controle da “cabine” do Plano-Piloto? Só o tempo dirá.
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Dizem os estudiosos de História e, que a arquitetura das capitais costuma dizer muito a respeito dos ideais e valores em que uma Nação é fundada. Estive por duas vezes em Washington, e sempre fiquei impressionado com a chocante simplicidade da Casa Branca, um edifício extremamente modesto. Vim saber que foi construído assim de forma proposital – para contrastar com a exuberância e fausto do Palácio de Buckhingham, sede da monarquia britânica. Enquanto a monarquia era o símbolo do luxo e do desperdício, a república americana teria na Casa Branca um símbolo de austeridade e respeito com o dinheiro público. E de fato, essa característica parece entranhada na vida norte-americana, onde os cidadãos não costumam ter nada contra luxuosos edifícios de corporações privadas, mas não vêem com bons olhos a gastança e o fausto no setor público, que, afinal de contas, sobrevive dos recursos de todos.
Não por acaso, cá na nossa “terra brasilis”, a austeridade pública nunca foi um patrimônio da nossa cultura, sempre mais vinculada ao gigantismo de um estado que tudo pode e tudo provê. Desnecessário referir a nossa herança relacionada ao patrimonialismo português, mais visível nos tempos em que o Rio de Janeiro era nossa flamante capital. Brasília, fruto do delírio de grandeza de um estado sempre com complexo de auto-estima, saiu da pena de um arquiteto apaixonado pelo bolchevismo. Na cidade em formato de avião, o Palácio do Planalto está na “cabine de comando”. Na tradição brasileira, é o Estado quem conduz a sociedade, e não o contrário.
É por isso que falar em austeridade, corte de gastos, equilíbrio de receita e despesa, soa ofensivo para um governo federal que, diante da crise econômica, só quer saber de aumentar impostos. Em um governo com 39 ministérios reduzidos recentemente para 31 e com a manutenção de todos os seus cargos, com gastos exorbitantes de cartões corporativos e milhares de sinecuras, a presidenta diz que “não dá para cortar mais nada”. E a conta da sangria, da obsessão pela CPMF, da gastança, vai para um setor produtivo cada vez mais exaurido pela recessão. Nossa presidenta, a cada deslocamento para a ONU ou outro destino internacional, leva um séquito de assessores maior que o da Rainha da Inglaterra – a líder da mesma monarquia que um dia a nação americana desejou se contrapor.
Mas a história também mostra que arquitetura não é destino. Aqui ao lado, na Argentina, um presidente vindo do empresariado está provando ser possível reverter séculos de tradição estatista, simbolizada na exuberância da Casa Rosada. Cortando impostos, diminuindo o tamanho do estado, eliminando a burocracia e introduzindo normas de eficiência na máquina pública, o país caminha para ultrapassar o Brasil como maior destino de investimentos estrangeiros da América. Na sociedade brasileira, são crescentes os sinais de indignação com um poder público voraz, cujo apetite por dinheiro nunca se sacia. O clamor das pessoas é por um estado mais efetivo, mais justo e mais decente.
Estaremos a caminho de ver a sociedade assumindo o controle da “cabine” do Plano-Piloto? Só o tempo dirá.
Data: 24/02/2016 11h41
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jornalismo@caderno7.com
Muitos dizem que o Brasil esta sem direção, pois acredito que temos direção certa:
ResponderExcluirO fundo do poço.
Pode-se levar o cavalo até a beira do açude, porém não se pode força-lo a beber água.
Enquanto nosso governo não cortar efetivamente da própria carne, e não o fará, não haverá ninguém disposto a "comprar" Brasil, somente "vender".
Não só pela carga ou tamanho do estado, umas das coisas que pesa muito e a ineficiência da nossa mão-de-obra.