José Luiz Bicca Heineck
Colunista do blog
Sartori teve tempo para examinar as contas do Estado que estavam à sua disposição desde novembro de 2014. Iniciou o seu mandato já com a determinação de não pagar fornecedores por seis meses. De lá para cá poderia e deveria ter tomado muitas medidas no sentido de conter o gasto estadual, assim como promover o aumento da arrecadação cobrando os não pagantes. Poderia de imediato providenciar na venda de alguma propriedade, poderia providenciar na fórmula 85-95 dos depósitos judiciais, poderia ter negociado os 10% que ainda restam da CEEE, poderia ter montado uma parceria público privada para a Corsan, CESA, EGR e outras para estatais.
Poderia e deveria ter negociado mais firmemente os juros da dívida pública federal, poderia ter negociado com os outros poderes uma redução das verbas orçamentárias obrigatórias, poderia ter negociado outros valores para diárias dos três poderes, poderia ter poupado alguns cargos em comissão, os já famosos CCs. Poderia e deveria ter tomados muitas medidas que no conjunto passariam a representar alguns milhões mais bem aproveitados. O que não deveria ter feito jamais é o que estamos assistindo no momento: na ânsia de aprovar o aumento de impostos jogou com a comunidade gaúcha um jogo muito baixo.
Usou uma tática de guerrilha ou quase. Hoje pressiona prefeitos, parlamentares, hospitais e muito mais gente no sentido de que se movimentem como puderem, pressionando este ou aquele, para que no final tenha os impostos aumentados significativamente. Luz, combustível e telefonia terão um aumento de ICMS por volta de 20%%. Os impostos em geral serão aumentados em mais de 5%, com este aumento de mais 1 % na alíquota. Os gaúchos ficaram sem receber seus salários, a União ficou sem receber seus juros, os fornecedores ficaram sem receber a sua contra partida. Isto está muito errado: sem pagar salários e fornecedores não haverá consumo que gere impostos.
Além de tudo isso ainda pesa contra Sartori o fato de dizerem que havia dinheiro para evitar este não pagamento a funcionários, fornecedores e União. Consta que teria ficado um grande valor de reserva técnica não se sabe para que. O momento não é bom, as pessoas estão desestimuladas, desconfiadas, amedrontadas, chateadas com os governos estadual e federal. A coisa não está boa mesmo.












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