Sua formação não pode esperar - Ingresse na Urcamp!

Natal Sensacional Peruzzo, participe!

Vem para a Unopar em São Gabriel!

Pesk Pague Tiaraju - sua opção de lazer em São Gabriel

Danilo Pires Assistência Técnica agora é Good Place, com o melhor em Apple

Super Engenho São Gabriel - Mais qualidade para sua família

Foco no Futuro com a Urcamp - inscrições para o vestibular de verão abertas!

São Gabriel Saneamento - o melhor está por vir, acredite

Urbano Alimentos - colaborando para o crescimento de São Gabriel e região

Natal Sensacional Peruzzo, participe!

Ajude o Rio Grande do Sul neste momento difícil! O Sicredi está nessa!

18 setembro 2015

Coluna do Alexandre Cruz

Alexandre Cruz
Colunista do blog

Religião e as suas consequências
No imaginário sócio-cultural judeu e cristianismo temos gravado a imagem do assassinato de Abel por Caim e Deus pergunta: “Onde está o teu irmão?”, e Caim foge de toda responsabilidade da eliminação física do seu irmão. De lá para cá a violência é uma constante na história da humanidade, que se impõe sobre a paz que todo o ser humano almeja. Sucede que longe de retroceder, vai crescendo. Na medida em que as sociedades avançam, seja cientificamente, tecnicamente recorrem a forma de violência mais sofisticada e destrutiva. O século XX, considerado de grande progresso de todos os tempos, foi também o mais violento da nossa história.


Diante dessa situação, nos perguntamos: São as religiões fonte de violência ou caminhos de paz? A violência está no DNA da religião monoteísta ou se trata de uma patologia a ser erradicada? O tema não pode ser tão atual. Como acreditamos, as guerras de religião eram fenômenos do passado e que tinham desaparecido, voltam a ressurgir com especial crueldade e radicalidade, com tintas de sangue em vários cenários geopolíticos do planeta e destroem tudo que encontra no seu caminho, desde vidas humanas a manifestações culturais que são patrimônio da humanidade.

As guerras ao meu juízo estão provocando êxodos de massa da população civil que desembocam em tragédias humanitárias como no Mediterrâneo, que somente esse ano, 2.500 vidas humanas foram ceifadas e a última da criança síria de três anos Aylan Kunrdi, afogado na costa turca. E todo isso diante da insensibilidade da Europa, que permite livre acesso de capitais para negócios especulativos e fecham as portas aos imigrantes e refugiados, que fogem da fome e da violência terrorista.

Perante a falta de argumentos racionais para justificar as ditas guerras, se apela a Deus – sempre com atributos masculinos e bélicos – e se mata em seu nome, transformando num assassino. O filósofo Martin Buher, expressava com todo o realismo num texto que atualmente é bem vigente: “Deus é a palavra mais vilipendiada de todas as palavras humanas. Nenhuma foi tão manchada, tão manipulada.... as gerações humanas, com seus partidários religiosos, corromperam essa palavra. Mataram e se deixaram matar por ela. Esta palavra leva marcas datilares e o seu sangue. Os seres humanos desenham e escrevem a palavra “Deus”. Assassinam uns a outros e dizem: “Fazemos em nome de Deus”.

Não estranharia que Deus decidisse dar um tempo em todas as religiões. O retorno das guerras religiosas leva a pensar, equivocadamente em minha opinião, que sejam uma constante na humanidade, mais ainda, a lei da história que não podemos escapar. Se fosse, a humanidade já teria se transformado em um grande colosso de fogo.

A violência tem muitos rostos e um sem número de manifestações das mais destrutiva do tecido da vida a convivência cívica. Uma das mais extremas é a violência de gênero, instrumento de poder e dominação do patriarcado da sociedade e as religiões, dada a sua extensão e suas motivações, desembocam em terrorismo patriarcal que o feminismo responde bem, aliás, uma das poucas revoluções pacificas da história, através da não violência ativa desde um discurso e a prática fundada na igualdade da dignidade dos seres humanos. Violência patriarcal que hoje é muito estendido entre os adolescentes e jovens, seja no trabalho, no conflito armado, onde as mulheres e as crianças viram alvo em campos de batalha. 

Porém, a violência e os conflitos bélicos são só uma cara da realidade mundial e das religiões. Há esperança nas tradições e experiências religiosas que trabalham para paz fundada na justiça, transitam por caminhos de reconciliação como resposta aos conflitos armados, fomentam espaços de diálogo e racionalidade frente a irracionalidade do fundamentalismo e participam do processo de paz. 

Fica esse registro e homenagem ao monsenhor Romero, arcebispo de São Salvador, assassinado faz 35 anos e Pedro Casaldáliga, bispo de Mato Grosso, que num clima de violência política, religiosa, racial, sexista, estrutural e ecológica, trabalharam pela reconciliação, a justiça, a fraternidade e o cuidado de está sempre ao lado dos crucificados da Terra. 




0 comentários via Blogger
comentários via Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Com jeito, tudo pode ser dito das mais variadas formas. Solicitamos: leia a matéria antes de comentar. Colabore conosco para a difusão de ideias e pontos de vista em nível civilizado.