Nos últimos dias, o assunto que preocupa quem é do meio rural ou até mesmo do tradicionalismo, tem sido o caso positivo para mormo no Estado do Rio Grande do Sul. Ele é uma doença infecto-contagiosa que atinge equinos e que pode ser transmitida para os homens e animais. O veterinário Márcio Silveira Nunes (foto), que é cadastrado para fazer os exames, explica sobre a doença equina em entrevista para o Caderno7.
Márcio salienta que o Mormo ou lamparão como é conhecida também, é uma doença infecto-contagiosa dos equídeos, causada pelo Burkholderia mallei, que manifesta-se por corrimento viscoso nas narinas e presença de nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, pulmões, gânglios linfáticos e tem sintomas como catarro, pneumonia, entre outros.
"A forma aguda é caracterizada por febre que pode passar os 42 graus, fraqueza, prostração, pústulas na mucosa nasal que se transfomam em úlceras profundas com uma secreção inicialmente amarelada e depois sanguinolenta e dispneia" informou. A contaminação acontece pelo contato com material infectante(pus, secreção nasal, urina ou fezes). O agente causador penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (por lesões). "O germe cai na circulação e depois alcança os órgãos, principalmente pulmões e fígado", diz.
A enfermidade não tem tratamento, portanto, a precaução é crucial. "O mormo como disse, apresenta forma aguda ou crônica,os animais suspeitos devem ser isolados e submetidos a exames,sendo realizados por um veterinário habilitado. A mortalidade dessa doença e muito alta. Infelizmente não existem tratamentos e nem vacinas eficazes contra o mormo, por isso é recomendado que o criador participe apenas de eventos que tenham o controle e exijam o exame negativo do mormo, que não frequentem regiões que tenham o foco da doença e obedeçam as regras da vigilância sanitária", afirma.
Realização de exames AIE e Mormo
O médico veterinário deve ser cadastrado na Agência de Defesa Agropecuária do seu Estado ou no Ministério da Agricultura para realizar essas coletas - como é o caso de Marcio. O laboratório recebe atualização da relação de profissionais que podem realizar a coleta,enviam aos mesmos formulários que serão preenchidas em três vias e encaminhadas com o material para análise.
O prazo para conclusão dos exames e de 48 horas após o inicio das analises, sua validade e de 60 dias. É importante que todo animal que necessite ser transportado para competições, exposições ou outras, porte uma Guia de Trânsito Animal (GTA), para obter essa guia, deve ter o exame de AIE (anemia infecciosa equina) e Mormo negativo.
"É importante que os criadores de cavalos obtenham essas informações sobre o mormo, com informação e prevenção podemos sim tentar controlar essa doença", finaliza.
Médico Veterinário Marcio Silveira Nunes
CRMV 13837
4301602/153 AIE - 4301602/215/PNCEBT
4301602/46/MORMO
Circular da Secretaria Estadual da Agricultura sobre o Mormo
Conforme circular Nº044/2015 SVZ/DSA/DDA-RS publicada em 02 de julho de 2015.
Tendo em vista um caso positivo para Mormo no Estado, passam a valer as medidas preventivas previstas na Instrução Normativa nº 024 de 05/04/2004 (MAPA).
Para trânsito de equídeos passa a ser obrigatória apresentação do exame negativo de MORMO, com validade de 60 DIAS, realizado por Médico Veterinário CADASTRADO junto a SEA, nas seguintes condições:
- TRÂNSITO INTERESTADUAL - tanto saindo do RS quanto ingressando no estado.
- PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COM AGLOMERAÇÃO DE EQUÍDEOS REALIZADOS NO RS - somente será permitida mediante apresentação de exame negativo de Mormo dentro do prazo de validade. Os eventos que não puderem atender essas solicitações deverão ser suspensos ou cancelados.