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15 outubro 2014

Sodê na Medida Certa

Sodê Freitas
Colunista do blog

DIÁRIO DE UMA PROFESSORA...
Eis que clareia o dia e às 5h o celular da Maria desperta, está na hora de acordar, porém a vontade de dormir a impede de levantar. Titubeia e fica mais 5min. Mas fazer o quê se o dever a chama? Então não tem mais nem menos, é levantar e se arrumar. Prepara sua “mala de garupa”, nela carrega seus sonhos e a vontade de mudar o mundo, ou pelo menos parte dele. Mais precisamente a educação tão cheia de vícios e utopias, fazendo questão de decepcionar dia após dia, sem dó nem piedade. Entretanto, ela parte em direção à escola, apesar dos percalços enfrentados, é lá que se realiza profissionalmente, pois sabe que as suas crianças a esperam e depositam nela a esperança de dias melhores, de um futuro promissor. 


No ônibus prepara o seu “pelego”, se acomodando para enfrentar mais de duas horas de estrada, uma sacudida ali outra sacudida lá, mas o que importa é que acolá chegará. Tenta dormir, se vira e se revira, porém, o sono já fora interrompido. Fecha os olhos para ressonar, mas no caminho os alunos vão entrando, alguns silenciosamente, outros nem tanto, anunciando – Bom dia! Lá pelas tantas chegam à escola e ao descerem, os alunos de outras localidades já aguardam enfileirados para receberem os professores com aquele abraço e muitos beijos carinhosos. Ahhh como é bom! Exclama Maria. 

Pois, naquele momento o cansaço e a preguiça da viagem evaporam, dando passagem a outros sentimentos mais prazerosos, paz, tranquilidade, sem falar na cumplicidade, confiança e credibilidade à nós confiados. Hora do café, pois o dia é longo e promete. Bate o sinal, precisam começar, tarefas os aguardam. Após inúmeras atividades, momentos reflexivos, bilhetes amorosos, broncas e lamentações, chega o recreio, quinze minutos para um chimarrão, café e ida ao banheiro. Ao meio-dia, almoço, hora também da troca de experiências, discutir alguma pendência, pois as escolas do campo não são favorecidas com esse espaço tão necessário para as reuniões pedagógicas, sendo sacrificado o horário do descanso, para este fim. E, nesse dia para o desespero de Maria, foi noticiado o retorno, diga-se retrógrado, das turmas multisseriadas nas escolas do campo, sem contar que também recebera um aluno novo que necessita de sala de recursos, apesar de a escola não possuir. 

Pois bem, retornar à sala de aula é preciso, mesmo estando desestimulada por conta das notícias. A partir daí não rende mais, os alunos já estão cansados e sonolentos, haja esforço, paciência e criatividade para mantê-los ativos. Mas “bora” lá, que agora falta pouco. À tarde um pequeno intervalo para o lanche. Retornam à aula com alguma atividade recreativa para despertá-los da preguiça que se instala. 16h 45min hora do retorno, Maria se prepara novamente para enfrentar a estrada. Depois de muitos sacolejos, o ônibus empaca, não há “promessa” que o faça andar. Poxa vida! - e todos ansiosos para prosseguir, mas também torcendo para que não chova, já que “deságua” pelas janelas. Neste momento também oram fervorosamente para ganharem um transporte escolar novo, só que até o momento as preces não foram atendidas, pois a cada dia um transporte diferente se apresenta...ora o "pula-pula"...ora o "pipoca"...é aquele que sobra, não é o que querem, mas, é o que tem para o momento – Ohh! Coitadas. Mas, até que o “curto” período de três horas serviu para refletir – Por que vir tão longe para lecionar? Por um difícil provimento? Por não ter tido escolha? Ou porque na campanha os alunos respeitam mais? Ahh! o difícil provimento, isto faz lembrar o vale alimentação, já que o mesmo foi extraído, em partes. Numa época em que falam tanto em valorização de professores. Mas que valorização é essa? E o novo “olhar” para as escolas do campo? E o acesso à Internet? E o direito a 1/3 da carga horária para planejamentos? Sem falar na dificuldade com a indisciplina dos alunos e a falta de parceria das famílias. É, realmente, vida de professor não é fácil, é “polivalente” mesmo, e sendo assim, hajam funções desempenhadas. De babá de luxo a psicólogo, porém, sem direito à “causa” trabalhista por acúmulo de funções. Acorda Maria! O transporte da cidade chegou. 

Finalmente retornam aos seus lares. Ao chegarem à cidade uma nova jornada os aguardam, planejamentos futuros, correção de provas, trabalhos de cursos de atualização. Enfim, são tantas tarefas e cobranças que aqui não caberia mais. E haja “pacto” para motivá-las e fazê-las acreditar que ainda vale a pena apostar na educação. Maria “desaba” e confessa que não acredita mais. Alliás, nunca acreditou. E, que mesmo fazendo a sua parte, bem como, os seus colegas, sabem que não possuem a “força” necessária para que realmente aconteça a tão esperada renovação educacional. “E as novas políticas educacionais querem justificar o inominável, falam que são ordens do MEC. Triste quando a ignorância já vem de cima e o único trabalho é repeti-la ao invés de combatê-la”. E, cá estão os professores à espera de um milagre, que provavelmente não aconteça, considerando que desde outrora, a conversa é a mesma – “conversa para boi dormir” – Ops! O boi da “hora” é Friboi, então, façamos a correção – “conversa para Friboi dormir”. 

Mas, prosseguindo então. Após tamanha jornada, Maria vai ao encontro do PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (tudo pelos R$ 200,00, que por sinal nunca é pago em dia). Mais uma “chacoalhada” nos neurônios e na rotina escolar. Retorna ao lar às 22h 30. Ufaaa...até que enfim Maria!...hora de descansar...será mesmo?...Pois, seus filhos aguardam ansiosamente por aquele auxílio básico nas tarefas escolares. He! He! He!...Pensa que é moleza? Não basta ser profissional, tem que ter os três “M”- mulher, mãe e mestra - Mulher! Mulher! “Na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez...sou forte, mas não chego aos teus pés”. FELIZ DIA DOS PROFESSORES...

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