Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Quando ela emergiu no cenário nacional com solidez intelectual, rápida capacidade de argumentação e clareza de princípios, Kátia Abreu foi saudada como um sopro de ar puro nos ambientes irrespiráveis do poder. Senadora pelo Estado do Tocantins, produtora rural e logo em seguida, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, mostrou credenciais para ser a liderança natural de um liberalismo saudável, que não tinha (e ainda hoje não tem) representantes competitivos na esfera pública. Com ela, os produtores rurais passaram a ter uma líder à altura do tamanho do agronegócio na economia nacional, capaz de se articular não somente no âmbito classista, mas de se fazer ouvir também nos escalões da política.
Kátia Abreu travou lutas memoráveis contra a corrupção assombrosa do governo federal e suas tentativas de autoritarismo. Ficou na história a descompostura passada no ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi, pego em lambanças no ministério que faz exigências descabidas do empregador rural enquanto excluía deliberadamente a CNA do Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador, que passou a operar além do limite da ilegalidade. Em todas estas ocasiões, Kátia Abreu se fez não somente voz dos produtores, mas de todos os brasileiros cansados da corrupção perdulária e da mão opressiva do Estado sobre o empreendedor.
Foi por isso que causou profunda consternação a mudança de rumos em sua trajetória política e sindical. Movida por ressentimentos menores, deixou o DEM, um partido com discurso liberal claro, e ingressou no PSD de Kassab, um partido que não era “nem de esquerda nem de direita, muito antes pelo contrário”. Dali foi um pulo para o PMDB e o governismo aberto e declarado, do qual o apogeu até agora foi conquistar a reeleição ao senado defendendo abertamente o voto em Dilma e no PT, fazendo-se aliada do MST e das ONG’s que a chamavam de “Miss Desmatamento”. Kátia Abreu, mais do que ninguém, sentiu o que é ser vítima da máquina petista de destruição de reputações, sendo acusada por eles de sonegação e trabalho escravo. Depois de decidir “dilmar”, as denúncias simplesmente sumiram.
Todo ser humano tem o direito de mudar de idéias e convicções. Kátia Abreu mudou de lado. Mas isso não lhe dá o direito de querer continuar ainda posando de defensora da livre iniciativa, menos ainda de querer, na surdina, retomar a presidência da CNA antes do segundo turno. Com qual intenção? Usar a corporação para tentar evitar a derrota anunciada do petismo? Não, senhora Kátia. A Kátia Abreu que um dia admirei, que um dia fez o prefácio de um dos meus livros, não existe mais. Esta imitação que anda por aí, posando de produtora rural enquanto defende os maiores inimigos da segurança jurídica e do direito à propriedade, não nos representa.












1 comentários via Blogger
A Senadora me decepcionou muito votando contra a necessidade do diploma para exercer a profissão de jornalista. Eu sempre acompanhava as ações dela, desde então quero distância.
ResponderExcluir