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| Árvores estão sendo revestidas com tecidos, em uma exposição que estará no Da Maya (foto Simôni Costa) |
Bagé - A preparação e montagem da exposição “Um pomar tecido à mão” que estreia no Da Maya Espaço Cultural na próxima sexta-feira, dia 24, já começam a ganhar forma e vida no espaço com a chegada dos cenógrafos Roberval e Pedro Layus. Vindos de São Paulo, eles tem a missão de costurar os tecidos produzidos pelas artesãs bageenses e mineiras que trabalham desde a semana passada, dando forma e vida às árvores, além de fazer a montagem da exposição, que tem curadoria e criação de Renato Imbroisi.
Pedro conta que a primeira etapa do trabalho está sendo a montagem das árvores que fazem parte do acervo do Renato e que já estiveram expostas em vários locais do Brasil e do mundo. Elas estão sendo posicionadas no “Pavilhão”. Ao mesmo tempo, os cenógrafos realizam um trabalho de pesquisa e observação do pampa gaúcho, buscando conhecer melhor as árvores da região para, quando iniciarem o trabalho com os tecidos produzidos em Bagé, possam criar árvores que mais se assemelham às regionais e que trazem consigo um pouco da cultura local. As novas árvores serão montadas no “Cubo”.
“Os tecidos que estão sendo produzidos aqui possuem muitos elementos da cultura local, como a lã e fibras de árvores nativas, que são uma novidade para a exposição e que deverão proporcionar um novo sentido às árvores. Por isso, estamos buscando compreender melhor a cultura local para conseguir aproveitar o máximo deste intercâmbio e produzir novas árvores”, destaca Pedro.
Paralelo ao trabalho dos cenógrafos, as artesãs continuam tecendo os fios que serão utilizados nas árvores. Nesta semana, juntou-se também ao grupo a artesã Eva Eli Kuffner de São Borja que está trabalhando nos teares pequenos e produzindo réplicas de árvores, que com o início das Ações Educativas serão produzidas pelas crianças. E, assim farão até o final da exposição, em fevereiro de 2015, proporcionando que o pomar que está sendo criado no Da Maya Espaço Cultural cresça e esteja em constate evolução. Logo também iniciará o trabalho de confecção das flores e frutos. Renato Imbroisi retorna a Bagé na próxima semana para acompanhar os últimos detalhes antes da vernissage que acontece dia 24 às 18h no espaço.
Após o lançamento da exposição, grupos e escolas poderão agendar suas visitas em horários especiais e participar das Ações Educativas, compondo o principal objetivo do grupo Da Maya Arte, Cultura e Turismo que é de promover a arte e educação.
Sobre Renato Imbroisi
Renato Imbroisi é tecelão e designer de artesanato. Trabalha em parceria com artesãos têxteis, dirigindo oficinas de criação e desenvolvendo novos produtos. Participa ou já participou de 140 projetos em todas as regiões do Brasil e também trabalha na África (Moçambique e São Tomé e Príncipe). Realizou workshops e oficinas de criação na Itália e no Japão.
Tecelão por formação, iniciou o desenvolvimento de um método de criação junto a artesãos em 1987, ao chegar ao município de Carvalhos, no Sul de Minas Gerais, onde se localiza o bairro rural do Muquém. Sem eletricidade, vivendo de pequenas criações e hortas para consumo próprio, a pequena população ainda produzia tecido em teares antigos, feitos à mão com madeira local. A partir da criação de novos tecidos, junto com as tecelãs locais, criou seu método de trabalho, que utiliza desde 1996, ano de seu primeiro convite para atuar como consultor junto a artesãos do Distrito Federal.
Entre suas muitas exposições, estão Meninas Geraes (BNDES, Rio de Janeiro, 2003), Que Chita Bacana (Sesc Belemzinho, São Paulo, 2005), Desenho de Fibra (Bento Gonçalves e São Paulo, 2011), que acompanha o lançamento de livro homônimo, escrito em parceria com Maria Emilia Kubrusly (editora Senac).
Renato mantém produção própria de tecidos e outros objetos têxteis no povoado do Muquém (onde a luz chegou em 2000).
Sobre a exposição “Um pomar tecido à mão”
Com vernissage marcada para o dia 24 de outubro às 18h, a exposição “Um pomar tecido à mão” começou a ser preparada com a chegada de Renato Imbroisi e mais duas artesãs mineiras, Eva Maciel da Cunha e Mara Rita da Cunha, a Bagé na semana passada, dia 10. As artesãs vieram compartilhar com as artesãs bageenses um pouco da sua experiência e trabalho com o tear e, a partir de então, foi iniciado o trabalho de confecção dos tecidos que serão utilizados para montar as árvores do pomar, utilizando fibras vegetais vindas de Minas Gerais e outras da região de Bagé, além da pura lã de ovelha. Outras árvores, pertencentes ao acervo de Renato, também serão utilizadas na exposição. A exposição ficará aberta ao público até fevereiro de 2015 e, até lá, novas árvores serão produzidas aumentando, cada vez mais, o pomar.
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